Putin confiante na vitória sem armas nucleares, mas alerta permanece

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Por João Silva
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Mapa da Ucrânia com símbolo de atenção e explosões.

São PauloPresidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia não precisa usar armas nucleares para vencer na Ucrânia. No entanto, ele não descartou completamente seu uso. Em junho, Putin destacou que a política nuclear russa permite o uso de armas atômicas se a soberania ou integridade territorial do país estiver em risco.

Atividades e exercícios recentes demonstram que a Rússia está pronta.

  • Exercícios com armas nucleares táticas no sul da Rússia e na Bielorrússia.
  • Vídeos mostram lançadores de mísseis Iskander, aviões de guerra com capacidade nuclear e mísseis lançados do mar.
  • Treinamentos descritos como resposta ao apoio militar da OTAN à Ucrânia.

Heather Williams, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, afirmou que a Rússia utiliza ameaças nucleares para demonstrar sua determinação em vencer a guerra. Desde a invasão em fevereiro de 2022, Putin tem usado as armas nucleares russas como forma de dissuadir a participação ocidental. Embora os Estados Unidos e a OTAN tenham criticado essas declarações, não observaram mudanças significativas na postura nuclear da Rússia que exigissem uma resposta.

Após alguns problemas iniciais, Putin declarou que a Rússia usaria todas as medidas para defender seu território, levantando preocupações sobre o possível uso de armas nucleares. No entanto, após a contraofensiva da Ucrânia em 2023 não ter tido sucesso, Putin diminuiu suas ameaças nucleares. Recentemente, ele afirmou que a Rússia não precisa de armas nucleares para vencer, mas alertou contra o fornecimento de armas de longo alcance ao país por nações ocidentais, que poderiam atingir a Rússia.

Putin alertou os membros da OTAN sobre os perigos. Ele afirmou que depender da proteção dos EUA poderia ser problemático no caso de um ataque russo. Perguntou como os EUA reagiriam a um conflito global, uma vez que ambos os países possuem armas semelhantes.

Em maio, drones ucranianos atacaram sites de radar russos na região de Krasnodar e nos Urais do Sul. Esses radares são cruciais para a detecção de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais pela Rússia. A Ucrânia já havia alvejado bases russas com bombardeiros capazes de portar armas nucleares. Essas ações podem levar a Rússia a considerar o uso de armas nucleares conforme seus protocolos militares. Alguns oficiais russos estão pressionando o Kremlin a agir de forma contundente.

Em um fórum realizado em junho em São Petersburgo, o especialista em política externa Sergei Karaganov sugeriu que Putin ameaçasse os países ocidentais com armas nucleares. Putin respondeu que não existem ameaças que justifiquem o uso de armas nucleares. No entanto, mencionou que Moscou está considerando mudanças em sua política nuclear.

Desde o início da guerra, algumas pessoas têm sugerido revisar as regras para o uso de armas nucleares. Atualmente, a Rússia utilizaria essas armas apenas em caso de um ataque nuclear ou um ataque convencional que ameaçasse a própria existência do país. Essas pessoas acreditam que esse critério é demasiado rigoroso e faz com que o Ocidente pense que a Rússia não usará realmente suas armas nucleares.

Dmitri Trenin, do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais, propôs alterar a política para permitir o uso inicial de armas nucleares quando interesses nacionais cruciais, como na Ucrânia, estiverem em risco.

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