Influência familiar é mais forte que desigualdade de gênero na mobilidade social

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Por Chi Silva
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Uma escada com crianças subindo e mãos parentais guiando.

São PauloCircunstâncias familiares podem ter um impacto maior na ascensão social do que a desigualdade de gênero. Essa conclusão é resultado de um estudo conduzido por Khanh Duong, da Universidade de Maynooth, na Irlanda. O estudo foi publicado no dia 20 de junho de 2024, na revista PLOS ONE.

Cientistas analisaram dados de 153 países utilizando o Banco de Dados Global sobre Mobilidade Intergeracional. O objetivo era entender como diferentes fatores influenciam as oportunidades das pessoas de ascender ou descer na estrutura social.

  • Educação
  • Desigualdade de gênero
  • Condições familiares (principalmente dependência dos pais)

O estudo de Duong revela que, à medida que a desigualdade global aumenta, países com maiores diferenças de renda enfrentam mais dificuldades para que as pessoas ascendam a classes sociais mais abastadas.

O estudo analisou os dados de diferentes faixas etárias de cada década entre os anos 1940 e 1980. Os primeiros resultados indicaram que ter mais educação facilita a ascensão social. No entanto, o acesso desigual à educação dificulta a melhoria de vida das pessoas.

Pesquisadores analisaram como o status social e a origem das crianças se comparam aos dos seus pais. Os resultados iniciais indicaram uma leve correlação positiva entre depender dos pais e ascender socialmente. No entanto, após excluir outros fatores influentes, a análise final revelou uma conexão mais forte.

A dependência dos pais teve o maior impacto negativo na ascensão social. Com um tamanho de efeito de 0,1, mostra que é um fator significativo. Embora mais educação ajude, seu impacto é pequeno quando a dependência dos pais é alta.

Pesquisadores também investigaram a desigualdade de gênero, focando em famílias com filhos e filhas. Apesar de a desigualdade de gênero ser evidente, seu impacto foi muito menor em comparação com a dependência dos pais. O tamanho do efeito foi de apenas 0,005.

Os resultados indicam que os formuladores de políticas precisam diminuir a dependência dos pais em relação aos filhos. As antigas crenças de que as crianças devem seguir os passos dos pais devem ser revisadas. Duong afirma que a desigualdade de gênero na mobilidade social entre gerações está melhorando. No entanto, o impacto do status social dos pais é subestimado e necessita de mais atenção.

O estudo ressalta a necessidade de um entendimento mais claro e de políticas mais eficazes. Focar na redução da dependência dos pais pode ajudar a melhorar a mobilidade social. Isso pode criar uma sociedade mais justa, onde todos tenham a mesma oportunidade de melhorar sua situação econômica, independentemente de sua origem.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0302173

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Khanh Duong. What really matters for global intergenerational mobility? PLOS ONE, 2024; 19 (6): e0302173 DOI: 10.1371/journal.pone.0302173
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