Prisões no Brasil: desafios para proteger detentos de desastres climáticos cada vez mais fatais

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
- em
Pátio de prisão alagado sob sol escaldante.

São PauloUm estudo recente revela que as prisões e cadeias do Colorado não protegem adequadamente os detentos de desastres climáticos. A pesquisa, que se baseou em entrevistas com cerca de 36 pessoas anteriormente encarceradas, destaca problemas significativos nas políticas e infraestrutura, deixando os presos vulneráveis durante eventos climáticos extremos, como ondas de calor e incêndios florestais. Esse problema não é exclusivo do Colorado; prisões em todo o país enfrentam dificuldades semelhantes.

O estudo destaca a importância de atuar em várias áreas.

Problemas Críticos em Infraestrutura e Planejamento:

  • Respostas Climáticas Inadequadas: As instalações carecem de medidas eficazes para enfrentar desastres climáticos.
  • Infraestrutura Obsoleta: Má ventilação e a falta de ar-condicionado pioram as condições de vida.
  • Protocolos de Emergência Limitados: Raramente há planos claros de evacuação em casos de emergência.

Pessoas encarceradas frequentemente enfrentam condições difíceis, que pioram com as mudanças climáticas. Isso ocorre porque as prisões são projetadas principalmente para abrigar pessoas, e não para protegê-las de problemas climáticos. Diferentemente de outros lugares, as prisões não conseguem se adaptar facilmente às mudanças climáticas rápidas, destacando uma grande falha nas políticas atuais.

Muitos presídios estão situados em edificações que não estão preparadas para lidar com os desafios ambientais atuais. Essa deficiência de recursos e planejamento revela problemas mais profundos no sistema prisional e falhas nas políticas públicas e na engenharia. O foco principal sempre foi a segurança, muitas vezes negligenciando os direitos humanos e a segurança diante das mudanças climáticas.

Esta pesquisa serve de alerta. Para enfrentar eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, é necessário promover grandes mudanças em políticas e investimentos em infraestrutura nessas instalações. Arquitetos e engenheiros devem ser capacitados para compreender como o design e a operação dos edifícios podem impactar a justiça social.

Conscientização pública e ação por parte dos legisladores podem levar a mudanças significativas. Modernizar as instalações para enfrentar desastres naturais exigirá investimentos, mas se isso não acontecer, os presos serão prejudicados. Melhorar as condições de vida e os planos de emergência para os detidos deve ser uma prioridade. As mudanças climáticas impactam tanto o meio ambiente quanto os direitos humanos no sistema de justiça. Solucionar essa questão requer colaboração entre legisladores, engenheiros e a comunidade, garantindo que as pessoas encarceradas não sejam esquecidas enquanto nos adaptamos às mudanças climáticas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1177/25148486241289006

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ben Nevis Barron, Shawhin Roudbari, Phaedra C. Pezzullo, Shideh Dashti, Abbie B. Liel. 'Because we’re dying in here': A study of environmental vulnerability and climate risks in incarceration infrastructure. Environment and Planning E: Nature and Space, 2024; DOI: 10.1177/25148486241289006
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário