Estudo revela estagnação na oferta de leitos psiquiátricos infantis em meio à crise de saúde mental

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Por João Silva
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Gráfico mostrando números estagnados de leitos psiquiátricos pediátricos de 2017 a 2020.

São PauloEstudo Revela Desigualdade nas Vagas Psiquiátricas Infantis nos EUA

Uma pesquisa publicada no JAMA Pediatrics indica que, de 2017 a 2020, o número de leitos hospitalares para crianças com necessidades psiquiátricas nos EUA permaneceu constante. Isso é preocupante, considerando que mais crianças estão enfrentando problemas de saúde mental. O estudo também identificou grandes disparidades entre os estados no que diz respeito à disponibilidade de leitos. Por exemplo, o Alasca não possui leitos, enquanto o Arkansas possui até 75 leitos por 100 mil crianças. Além disso, a maioria desses leitos está localizada em áreas urbanas, deixando as regiões rurais desassistidas.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • Não houve aumento no número de leitos psiquiátricos pediátricos de 2017 a 2020.
  • Existem grandes disparidades na disponibilidade de leitos entre os estados dos EUA.
  • Mais de 90% dos leitos estão localizados em áreas urbanas.

Não há leitos psiquiátricos suficientes para atender à demanda, e muitos jovens pacientes acabam aguardando por longos períodos em salas de emergência ou em enfermarias médicas. A situação é ainda pior em áreas rurais, onde a falta de recursos próximos frequentemente obriga as famílias a viajarem longas distâncias para conseguir atendimento, aumentando tanto os custos financeiros quanto o estresse emocional.

O número de leitos disponíveis não aumentou significativamente, enquanto cresce a demanda de crianças por atendimento emergencial em saúde mental. Isso revela um claro descompasso entre as necessidades de apoio em saúde mental infantil e o que está atualmente disponível.

Médicos pediatras destacam a importância de identificar e tratar precocemente problemas de saúde mental em crianças. Eles sugerem que clínicas médicas regulares e centros de saúde nas escolas podem ser muito úteis. Além disso, acreditam que apoiar serviços como o 988 Suicídio e Assistência em Crises é essencial para lidar com problemas urgentes de saúde mental.

Utilizar tecnologias como unidades móveis de saúde mental e serviços de telemedicina pode tornar o atendimento em saúde mental mais acessível, especialmente em áreas rurais onde esses serviços são escassos. Isso garante acesso equitativo aos cuidados de saúde mental para os jovens, independentemente de onde vivem.

Melhorar a política de saúde pública e aumentar os investimentos nessa área podem ter efeitos significativos. Ao ampliar o número de leitos hospitalares e oferecer serviços de saúde mental em mais localidades, podemos reduzir o tempo de espera nos pronto-socorros e facilitar a vida das famílias. Essas medidas resolveriam os problemas atuais e criariam um sistema de saúde mental mais robusto para as crianças no futuro.

Este estudo aborda questões cruciais sobre como os Estados Unidos oferecem recursos de saúde mental para crianças e propõe maneiras de garantir que todas recebam o suporte necessário, independentemente de onde residam.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jamapediatrics.2024.2888

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anna M. Cushing, Katherine A. Nash, Ashley A. Foster, Bonnie T. Zima, Amy E. West, Kenneth A. Michelson, Jennifer A. Hoffmann. Pediatric Inpatient Psychiatric Capacity in the US, 2017 to 2020. JAMA Pediatrics, 2024; DOI: 10.1001/jamapediatrics.2024.2888
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