Dissolução do gabinete de guerra de Netanyahu impacta cessar-fogo em Gaza

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Por João Silva
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Mesa de gabinete de guerra com uma cadeira vazia

São PauloO Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, encerrou seu gabinete de guerra. Esta decisão afeta as negociações em curso de cessar-fogo em Gaza. O gabinete de guerra foi formado após o ataque do Hamas em 7 de outubro. O líder da oposição, Benny Gantz, se juntou a Netanyahu e ao Ministro da Defesa, Yoav Gallant. O objetivo deles era demonstrar unidade durante a crise.

Gantz queria que um pequeno grupo tomasse as decisões, excluindo os membros de extrema-direita do governo de Netanyahu. No entanto, Gantz deixou o Gabinete devido ao aumento das discordâncias sobre a estratégia de Israel em Gaza.

  • Gantz estava frustrado com a falta de progresso em trazer de volta os reféns israelenses.
  • Ele acusou Netanyahu de prolongar a guerra para evitar eleições e um julgamento por corrupção.
  • Gantz havia proposto um plano para resgatar os reféns e acabar com o domínio do Hamas em Gaza.

Netanyahu não apoiou o plano de Gantz. Gantz se afastou devido aos atrasos na tomada de decisões. Isso impacta as políticas de guerra de Israel. Netanyahu agora está se distanciando dos centristas que são favoráveis a um cessar-fogo. As negociações entre Hamas e Israel não chegaram a um acordo após meses de conversas.

Israel e Hamas estão relutantes em aceitar completamente um plano apoiado pelos EUA. O objetivo desse plano é libertar reféns, encerrar a guerra e começar a reconstruir Gaza. Netanyahu depende de seu Gabinete de Segurança, mas alguns membros são contra acordos de cessar-fogo e preferem reocupar Gaza.

Após a saída de Gantz, Itamar Ben-Gvir, um ministro ultranacionalista, solicitou participar do Gabinete de guerra. A decisão tomada na segunda-feira pode manter Ben-Gvir menos envolvido, mas não o excluirá completamente. Críticos de Netanyahu acham que ele quer prolongar a guerra para continuar no poder e evitar novas eleições.

Caso a guerra termine, pode haver uma investigação sobre as ações do governo em 7 de outubro. Isso pode prejudicar a já baixa popularidade de Netanyahu. Segundo Gideon Rahat, da Universidade Hebraica, Netanyahu agora toma decisões com aliados próximos. Parece que ele prefere uma abordagem mais calma e gradual em relação à guerra.

A decisão de Netanyahu de encerrar o Gabinete de Guerra diminui a influência dos centristas. Isso prejudica os esforços para um cessar-fogo. Meses de negociações fizeram pouco progresso. Ambas as partes estão firmes em suas posições. O plano apoiado pelos EUA para os reféns e a reconstrução ainda não foi aprovado.

A dissolução coloca decisões cruciais nas mãos do Gabinete de Segurança, que geralmente se opõe a um cessar-fogo e visa reocupar Gaza. As ações de Netanyahu indicam que ele está adiando qualquer cessar-fogo por razões políticas.

A saída de Gantz revelou grandes discordâncias dentro do grupo. Ele criticou especialmente a forma como o governo estava lidando com os reféns. Gantz acreditava que Netanyahu estava atrasando as negociações por motivos políticos. Esse conflito interno dificulta a obtenção de um cessar-fogo.

O governo israelense está dividido sobre a reocupação de Gaza e como encerrar a guerra. Com a maior autoridade nas decisões, Netanyahu agora exerce mais influência. Isso impacta o conflito contínuo e eventuais negociações de paz futuras.

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