Coligação de López Obrador domina 73% do congresso com 60% dos votos

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Por Ana Silva
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Resultados da eleição com gráficos de pizza e de barra.

São PauloEleições no México: Coalizão Governista Conquista Maioria no Congresso

As recentes eleições no México resultaram em uma situação incomum, onde a coalizão governista liderada pelo partido Morena garantiu 73% das cadeiras no Congresso, mesmo tendo recebido apenas 60% dos votos. Esse controle significativo foi alcançado através de posicionamentos estratégicos de candidatos. Morena conseguiu contornar uma regra legal que impede qualquer partido de possuir a maioria no Congresso ao distribuir alguns de seus candidatos vitoriosos para partidos pequenos aliados, que não são impedidos pela regra da maioria e votam consistentemente com a Morena.

Principais Destaques:

  • A coalizão Morena garantiu 73% dos assentos com 60% dos votos.
  • A colocação estratégica de candidatos junto a partidos menores aliados contornou as restrições legais de maioria.
  • A possível maioria de dois terços no Congresso pode resultar em mudanças constitucionais significativas.

A coalizão conseguiu uma grande maioria na Câmara dos Deputados, mas não conquistou cadeiras suficientes no Senado para uma maioria de dois terços. Eles precisam de mais alguns assentos e podem buscar apoio de partidos menores para alterar a constituição. Andrés Manuel López Obrador e Claudia Sheinbaum planejam seguir uma agenda ambiciosa.

Uma das mudanças propostas na constituição é a eleição direta de juízes, o que tem gerado muito debate. Críticos argumentam que isso poderia comprometer a independência judicial e submeter o judiciário a pressões políticas. Diversos grupos, incluindo investidores, bancos e o embaixador dos EUA no México, manifestaram preocupações. A Morgan Stanley reduziu sua recomendação de investimento, e o Citibanamex alertou que essas mudanças podem enfraquecer a democracia no México.

A situação política no México reflete os planos do Presidente López Obrador, incluindo a negligência em relação às normas regulatórias e ambientais para seus projetos de infraestrutura. Ao eliminar órgãos de supervisão independentes, o Morena pode assumir controle regulatório dentro dos departamentos governamentais, levando à autorregulação. Isso pode diminuir os importantes mecanismos de fiscalização necessários para uma governança transparente.

Os tribunais estão reagindo contra essas mudanças. Uma greve dos funcionários das cortes federais paralisou o funcionamento dos tribunais, revelando preocupações mais profundas entre juízes e magistrados sobre esses planos constitucionais. O fato de que juízes e magistrados estejam em greve demonstra o quanto discordam das mudanças propostas.

A política mexicana está passando por grandes transformações com muitos riscos e uma possível mudança em sua democracia. As propostas em discussão geraram um debate acalorado e terão impactos significativos no futuro do país e em sua relação com os Estados Unidos. A capacidade do Morena de executar suas principais reformas depende de como lidará com esses planos controversos, ao mesmo tempo em que enfrenta uma oposição crescente.

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