Internações psiquiátricas ligadas ao uso de metanfetamina aumentam drasticamente, revela novo estudo

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Por Bia Chacu
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Edifício hospitalar com moléculas de metanfetamina sobrepostas.

São PauloUm novo estudo revela um aumento significativo nas internações hospitalares por problemas de saúde mental ligados ao uso de metanfetamina entre 2015 e 2019. Embora o número total de internações por saúde mental tenha permanecido estável, aquelas associadas ao uso de metanfetamina cresceram consideravelmente, especialmente na região do Oeste Montanhoso.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • Hospitalizações psiquiátricas relacionadas ao consumo de metanfetamina aumentaram em 68%.
  • Hospitalizações psiquiátricas relacionadas ao consumo de opioides diminuíram em 22%.
  • As taxas mais altas de internações por metanfetamina ocorreram no Oeste das Montanhas.
  • Admissões relacionadas à metanfetamina estão aumentando no Meio-Oeste e Nordeste.

A região das Montanhas Rochosas apresenta altas taxas de internações psiquiátricas relacionadas ao uso de metanfetamina, refletindo o grande uso e mortes por overdose da droga nessa área. No entanto, essa tendência está mudando, com o Meio-Oeste e o Nordeste registrando um aumento significativo nas admissões psiquiátricas ligadas à metanfetamina. Isso indica que o uso de metanfetamina está se espalhando para mais regiões.

Hospitalizações relacionadas ao uso de metanfetamina aumentaram, já que a droga é barata e fácil de obter. Diferentemente dos opioides, que têm menos internações psiquiátricas possivelmente devido ao alto risco de overdose por fentanil, a metanfetamina ainda é amplamente encontrada nas ruas, gerando problemas contínuos. A escassez de recursos para tratar a dependência de metanfetamina agrava a situação.

Dra. Susan Calcaterra, a principal pesquisadora do estudo, destaca a necessidade urgente de melhores recursos. Soluções eficazes devem abordar tanto os problemas de saúde mental quanto física causados pelo uso de metanfetamina. Isso pode incluir estratégias de redução de danos, como:

  • Gerenciamento da contigência, oferecendo incentivos para a abstinência.
  • Educação sobre redução de danos.
  • Fornecimento de naloxona para reversão de overdose.
  • Maior acesso a tratamentos de saúde mental.

O uso de metanfetamina frequentemente leva a sérios problemas de saúde mental, como psicose, ansiedade e dificuldades para pensar com clareza. Essas complicações tornam o tratamento mais difícil e sobrecarregam os sistemas de cuidados psiquiátricos. Métodos de redução de danos podem amenizar alguns desses efeitos negativos, especialmente considerando que cada vez mais metanfetamina está sendo misturada com fentanil, substância extremamente letal mesmo em pequenas quantidades.

Campanhas de conscientização pública, como as sobre o uso de opioides, são fundamentais. Elas podem educar as comunidades sobre os perigos da metanfetamina e as opções de tratamento disponíveis. Políticos, profissionais de saúde e a sociedade precisam unir esforços para enfrentar este problema crescente.

As conclusões ressaltam a necessidade de ações específicas e recursos para lidar com o aumento das internações psiquiátricas relacionadas ao uso de metanfetaminas. Garantir melhor acesso a tratamentos eficazes e a programas de redução de danos será crucial para enfrentar esse problema crescente.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2024.111409

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Susan L. Calcaterra, Kristina Yamkovoy, Pallavi Aytha Swathi, Daniel Ciccarone, Brandon del Pozo, Honora Englander, Jianing Wang, Joshua A. Barocas. U.S. trends in methamphetamine-involved psychiatric hospitalizations in the United States, 2015–2019. Drug and Alcohol Dependence, 2024; 262: 111409 DOI: 10.1016/j.drugalcdep.2024.111409
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