Autoridades líbias detêm líder de milícia por matar traficante sancionado
São PauloAutoridades líbias prenderam um líder de milícia local por assassinar um traficante de pessoas sancionado pela ONU. O homem detido comandava uma conhecida unidade da guarda costeira em Zawiya, envolvida em violência, tráfico e maus-tratos a migrantes. Esses acontecimentos ocorrem em meio à contínua instabilidade e guerra civil que persistem desde a revolta apoiada pela OTAN em 2011, que derrubou Moammar Gadhafi.
Desde a queda de Gaddafi, a Líbia se encontra fragmentada entre duas administrações rivais, cada uma apoiada por diferentes grupos armados e potências estrangeiras. Essa divisão transformou o país em uma importante rota para refugiados e migrantes da África e do Oriente Médio que tentam chegar à Europa.
Pontos principais:
- O líder da milícia detido comandava uma unidade da guarda costeira conhecida por sua violência contra migrantes.
- A Líbia está dividida entre duas administrações, cada uma apoiada por grupos armados.
- A ONU impôs sanções a vários líderes em 2018, incluindo o indivíduo detido.
Tropas Governamentais e Milicianos Condenados por Violência e Abusos
Tanto as forças governamentais quanto as milícias têm sido condenadas internacionalmente por suas violências e abusos de direitos humanos. Migrantes interceptados pela guarda costeira muitas vezes são mantidos em centros administrados pelo governo. Esses centros são conhecidos por suas condições deploráveis e atividades ilegais. Investigadores da ONU afirmam que esses locais cometem crimes graves, incluindo extorsão, abuso e detenção ilegal.
A ONU afirmou que a guarda costeira em Zawiya, liderada por um chefe de milícia detido, afundou deliberadamente botes de imigrantes. Eles são acusados de atirar contra os barcos para forçar os migrantes a irem para centros de detenção.
Apesar das sanções e curtos períodos de detenção, algumas pessoas, como o líder da milícia detido, ainda mantêm poder. Isso evidencia problemas de governança e responsabilidade na Líbia. O caos no oeste do país tem fomentado negócios criminosos que se beneficiam da desordem.
O líder da milícia alega ser inocente e responsabiliza traficantes por usarem uniformes iguais aos de seus homens. No entanto, suas ações passadas revelam um histórico preocupante. Ele foi preso por seis meses por tráfico de pessoas e contrabando de combustível, mas continuou com algumas atividades após ser libertado.
Enfrentar o tráfico humano em zonas de guerra é desafiante. Forças de milícias frequentemente colaboram com as redes de tráfico, dificultando os esforços internacionais para detectar e punir os criminosos. Em locais como a Líbia, o abuso de migrantes em centros de detenção e outros crimes continuam a ocorrer. Isso torna perigoso para aqueles que tentam alcançar a Europa em busca de uma vida melhor. A comunidade internacional precisa encontrar maneiras eficazes de aplicar penalidades e proteger os vulneráveis.
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