Mulheres iranianas desafiam hijab antes do aniversário de Mahsa Amini

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Por João Silva
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Placas de protesto e hijabs descartados no chão.

São PauloMulheres iranianas desafiam o uso do hijab em público enquanto se aproxima o segundo aniversário da morte de Mahsa Amini. Apesar das rigorosas medidas do governo para impor o código de vestimenta, elas continuam a resistir. Embora não tenha ocorrido recentemente um incidente semelhante ao de Amini para provocar novos protestos, a determinação de desafiar as regras permanece forte.

O novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, prometeu em sua campanha parar a polícia moral de incomodar as mulheres. No entanto, o verdadeiro poder no Irã está nas mãos do Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei. Khamenei sempre se posicionou contra a remoção do véu pelas mulheres, afirmando que é proibido tanto pela religião quanto pela política.

Pontos-chave a serem observados:

  • Mulheres iranianas desafiando o código de vestimenta apesar do aumento na fiscalização
  • Novo presidente reformista Masoud Pezeshkian busca diminuir tensões
  • Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei mantém postura rígida sobre o uso do hijab
  • A morte de Mahsa Amini tornou-se um ponto simbólico de manifestações
  • Incidentes recentes mostram risco contínuo da não conformidade

A morte de Mahsa Amini em setembro de 2022 desencadeou protestos em massa com o slogan "Mulher, Vida, Liberdade." Rapidamente, as manifestações passaram a exigir mudanças políticas. Mais de 500 pessoas perderam a vida e mais de 22.000 foram presas na repressão governamental.

Em Teerã, cada vez mais mulheres são vistas sem hijab, especialmente à noite ou aos fins de semana em parques. O que antes era raro agora se torna mais comum, embora arriscado. A polícia moral voltou às ruas, e há relatos de violência contra mulheres e meninas. Ferramentas de vigilância como câmeras em carros e drones em eventos públicos são usadas para monitorar e punir mulheres que estão sem hijabs.

Presidente Pezeshkian foi eleito após a morte repentina do ex-presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. A população espera que isso alivie as tensões, mas a postura rígida ainda persiste. O Procurador-Geral do Irã aconselhou as forças de segurança a não usarem força física para violações do uso do hijab, mas continua a processar aqueles que não seguem o código de vestimenta.

No Irã, o uso do hijab vai além de uma simples peça de vestuário; ele possui significados políticos e religiosos. Para alguns, é uma demonstração de fé e modéstia, enquanto outros o veem como um símbolo de controle político. O governo utiliza tecnologia como drones e vigilância de veículos para garantir que as pessoas cumpram as regras sobre o uso do hijab.

Apesar desses esforços, o movimento após a morte de Amini demonstra a força e coragem das mulheres iranianas. Ao não usar o hijab, elas continuam a desafiar um sistema que controla suas escolhas pessoais. O presidente Pezeshkian deve equilibrar suas promessas de mudança com as visões rígidas dos líderes do Irã. A situação permanece instável, com possibilidades tanto de progresso pacífico quanto de repressão violenta.

No Irã, o debate sobre o uso do hijab continua. A morte de Mahsa Amini traz à tona o sofrimento humano nesta luta. Sua lembrança inspira as mulheres iranianas a desafiar limites e reivindicar seus direitos, mesmo com os riscos envolvidos.

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