Novo método melhora a detecção e previsão de sintomas mentais em adolescentes ao realçar mais contexto

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Por Chi Silva
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Gráficos e tabelas de dados destacando tendências de saúde mental.

São PauloNovo Método para Detectar e Prever Sintomas de Saúde Mental em Adolescentes

Um novo método visa melhorar a detecção e previsão de sintomas de saúde mental em adolescentes, utilizando tanto dados cerebrais quanto informações ambientais. A maioria dos problemas de saúde mental começa na adolescência devido a interações complexas entre o cérebro e seu entorno. Os métodos tradicionais geralmente falham em captar essas interações ao analisar os fatores de forma isolada. Essa limitação levou à criação de uma nova abordagem que emprega técnicas avançadas de aprendizado.

Utilizando um algoritmo chamado exogenous PHATE (E-PHATE), pesquisadores conseguem modelar de maneira eficaz a interação entre a atividade cerebral e fatores ambientais. As principais vantagens dessa nova abordagem incluem:

  • Caracterização dos dados neurais e ambientais como medições multivariadas.
  • Consideração dessas interações como não lineares e em dimensões reduzidas.
  • Descoberta simultânea, guiada por hipóteses e dados, de representações significativas.

O algoritmo E-PHATE obteve resultados impressionantes utilizando dados do estudo de Desenvolvimento Cognitivo e Cerebral de Adolescentes (ABCD). Ao analisar dados de ativação cerebral de participantes enquanto realizavam tarefas emocionais e cognitivas, ele previu com eficácia diferenças em suas habilidades de pensamento e estados emocionais. O desempenho do algoritmo melhorou ainda mais ao incluir informações adicionais sobre ambientes familiares e de vizinhança. Isso destaca a importância de considerar fatores ambientais diversos em conjunto, em vez de isoladamente.

A colaboração entre diferentes áreas é fundamental. Ao integrar conhecimentos de modelos que consideram fatores biológicos, psicológicos e sociais com métodos computacionais avançados, os pesquisadores podem criar ferramentas clínicas eficazes. Essa combinação permite o desenvolvimento de modelos precisos que representam a complexidade da biologia e do comportamento humanos.

Este estudo traz implicações significativas. Ele oferece uma maneira mais eficaz de identificar adolescentes em risco de problemas de saúde mental, permitindo intervenções antecipadas. Além disso, evidencia que as abordagens antigas que consideram a neurobiologia e o ambiente de forma isolada são insuficientes. Por fim, orienta as futuras pesquisas a desenvolverem métodos ainda mais aprimorados e abrangentes.

Esse novo método aperfeiçoa o cuidado com a saúde mental. Os profissionais de saúde podem compreender melhor as razões por trás dos problemas emocionais e comportamentais das pessoas, permitindo oferecer tratamentos mais personalizados. Além disso, pode influenciar políticas públicas de saúde a considerar tanto fatores biológicos quanto ambientais na saúde mental.

Este novo método representa um grande avanço na compreensão e tratamento da saúde mental dos adolescentes. Ele enfatiza a importância de modelos detalhados e baseados em dados que revelam como o cérebro interage com o ambiente ao seu redor.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.bpsc.2024.07.001

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Erica L. Busch, May I. Conley, Arielle Baskin-Sommers. Manifold learning uncovers nonlinear interactions between the adolescent brain and environment that predict emotional and behavioral problems. Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience and Neuroimaging, 2024; DOI: 10.1016/j.bpsc.2024.07.001
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