Como nossos cérebros detectam rostos: descoberta de novo circuito cerebral para reconhecimento facial
São PauloCientistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) descobriram um novo circuito cerebral em primatas que identifica rostos rapidamente. Esta descoberta pode ajudar a entender condições como o autismo, onde o reconhecimento de rostos é frequentemente difícil. O estudo foi publicado na revista Neuron.
Principais conclusões do estudo incluem:
- Um novo circuito cerebral envolve o colículo superior, uma estrutura antiga do cérebro.
- O colículo superior aciona os olhos e a cabeça para se voltarem em direção a um rosto.
- Essa ação auxilia outras áreas do cérebro no córtex temporal a realizar um reconhecimento facial complexo.
Quando os bebês nascem, sua visão não é muito nítida e as partes do cérebro que ajudam a reconhecer rostos ainda não estão completamente desenvolvidas. No entanto, eles ainda olham para rostos. Cientistas acreditam que outra parte do cérebro, chamada de colículo superior, possa ser responsável por isso.
O Colículo Superior e Suas Funções
O colículo superior está localizado no mesencéfalo e tem a função de detectar rapidamente objetos ao seu redor, informando ao cérebro sobre a presença deles. Embora ele não reconheça o que o objeto é, ele identifica que existe algo ali. Esse componente do cérebro está diretamente ligado às áreas motoras, auxiliando no controle de movimentos como virar os olhos em direção a um objeto ou reagir rapidamente para evitar alguma coisa.
Para testar sua teoria, pesquisadores mostraram várias imagens a macacos adultos. Estas incluíam:
- Rostos
- Objetos biológicos que não são rostos, como mãos e braços
- Outros itens, como frutas ou objetos feitos pelo homem
Macacos observaram essas imagens com a visão periférica. Os cientistas mediram a atividade cerebral no colículo superior. Pesquisas anteriores indicaram que essa área do cérebro não reconhecia objetos, apenas detectava sua presença sem identificá-los.
Krauzlis e sua equipe descobriram que, em apenas 40 milissegundos, mais da metade dos neurônios no colículo superior reagiram mais intensamente a rostos do que a outros objetos. Alguns neurônios começaram a responder a outros objetos, mas isso só ocorreu após 100 milissegundos. Esse achado indica que o cérebro identifica rostos mais rapidamente que outros objetos.
O colículo superior pode receber sinais visuais diretamente do olho. No entanto, o estudo mostrou que para detectar rostos é necessário primeiro o aporte do córtex visual primário. Depois, o colículo superior se reconecta ao córtex visual. Os cientistas acreditam que esse circuito ajuda a identificar objetos importantes.
Krauzlis sugeriu que essa área de preferência por rostos no cérebro pode ajudar a desenvolver habilidades avançadas de reconhecimento facial. Isso poderia explicar por que problemas nessa região cerebral estão associados a condições como o autismo. O estudo foi financiado pelo Programa Intramural do NEI.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1016/j.neuron.2024.06.005e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Gongchen Yu, Leor N. Katz, Christian Quaia, Adam Messinger, Richard J. Krauzlis. Short-latency preference for faces in primate superior colliculus depends on visual cortex. Neuron, 2024; DOI: 10.1016/j.neuron.2024.06.005Ontem · 23:05
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