Estudo: estrutura comunitária define práticas financeiras

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Por Ana Silva
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Redes financeiras globais interconectadas e símbolos de moeda.

São PauloUm estudo realizado por um economista do MIT na África Oriental revela como as pessoas compartilham dinheiro, trazendo à tona detalhes importantes sobre suas sociedades. A pesquisa compara a gestão financeira entre grupos familiares e etários, sugerindo que a organização comunitária impacta a circulação de dinheiro e o bem-estar das pessoas.

Em sociedades onde os laços familiares são fundamentais, é comum que as pessoas façam transferências de dinheiro dentro das famílias. Em contrapartida, em culturas focadas em faixas etárias, as transações financeiras ocorrem principalmente entre pessoas da mesma idade. Essas variações afetam a circulação do dinheiro nas comunidades e geram consequências visíveis.

Nutrição Infantil: Sociedades baseadas em laços familiares costumam apresentar melhores resultados na nutrição das crianças. O apoio financeiro é transmitido das gerações mais velhas para as mais novas, beneficiando os jovens. Suporte Intergeracional: Em grupos familiares, os idosos frequentemente compartilham suas pensões com os netos, diminuindo os riscos de pobreza entre gerações. Igualdade: Sociedades que se organizam por idade podem ter menos desigualdade econômica entre grupos etários, mas também deixam crianças e idosos mais desprotegidos. Impacto das Políticas: Compreender essas diferenças é crucial para o desenvolvimento de políticas sociais eficazes. Programas precisam se alinhar às estruturas sociais para potencializar seus benefícios.

Esta pesquisa indica que adotar uma única abordagem para políticas sociais pode não ser eficaz. Governos e ONGs devem considerar se as comunidades que apoiam são organizadas por idade ou laços familiares. Concentrar-se em necessidades específicas pode resultar em melhorias significativas, como melhor saúde e redução da pobreza.

Em comunidades onde os laços familiares são a principal forma de organização, programas que apoiem as famílias podem ser mais eficazes. Por outro lado, em sociedades onde grupos etários têm destaque, concentrar-se nesses grupos pode garantir uma distribuição mais justa dos recursos.

Essas descobertas podem incentivar mais estudos econômicos. No passado, economistas pouco exploraram as estruturas sociais baseadas em idade, mas agora essas áreas oferecem novas oportunidades para entender como os sistemas financeiros funcionam em diferentes culturas. Compreender essas variações pode ajudar na elaboração de estratégias para reduzir a pobreza global.

Compreender as estruturas sociais é fundamental para a economia. Ao reconhecer e adaptar-se a essas variações, podemos criar políticas mais eficazes e alocar recursos de maneira mais eficiente, o que contribui para o desenvolvimento das sociedades.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1257/aer.20211856

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jacob Moscona, Awa Ambra Seck. Age Set versus Kin: Culture and Financial Ties in east Africa. American Economic Review, 2024; 114 (9): 2748 DOI: 10.1257/aer.20211856
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