Estresse climático impulsiona migração interna: desafios e políticas emergentes pelo mundo

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Por Chi Silva
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Mapa ilustrando a migração interna devido ao estresse climático.

São PauloMudanças Climáticas e o Impacto na Migração Interna no Brasil

As mudanças climáticas estão influenciando a mobilidade interna das pessoas ao redor do mundo. Um estudo recente conduzido pelo IIASA examinou como a seca e a aridez afetam a migração interna. A pesquisa revela que problemas ambientais, juntamente com dificuldades econômicas, fazem com que as pessoas se desloquem, frequentemente em direção às cidades. Destaca ainda diferenças nos padrões migratórios com base na localização e na faixa etária, evidenciando a necessidade de políticas específicas para enfrentar esses desafios.

O estudo analisou dados de 72 países entre 1960 e 2016 e descobriu que as pessoas nas regiões altamente dependentes da agricultura estão se deslocando mais por causa das mudanças climáticas. Lugares como África, Oriente Médio, América do Sul, Sul da Ásia e Europa Meridional estão experimentando mais migrações devido à seca e a dificuldades econômicas. O estudo destaca tendências evidentes.

Taxas de migração aumentam em regiões mais pobres em direção a áreas urbanas mais ricas diante de eventos climáticos adversos. Em nações menos desenvolvidas, são principalmente os jovens adultos com grau de ensino médio que lideram esse movimento. Já nos países mais ricos, as populações mais velhas demonstram uma tendência mais acentuada para a migração.

Mobilidade Interna Impulsionada por Questões Climáticas

Os resultados indicam que mais pessoas se deslocarão dentro dos países devido a questões climáticas. Com a frequência crescente de secas e escassez de água, muitos buscarão locais melhores para viver. No entanto, nem todos conseguem se mudar devido à falta de recursos, o que destaca a necessidade de apoio e políticas de assistência.

Para resolver esses desafios, as políticas devem abordar os motivos que levam as pessoas a se deslocarem e as necessidades das regiões que as recebem. Cidades que acolhem indivíduos deslocados devido a mudanças climáticas precisam de infraestrutura robusta, serviços de saúde e sistemas de apoio eficientes. Além disso, políticas que incentivem formas alternativas de subsistência e aumentem a resiliência podem reduzir a migração forçada, oferecendo às pessoas a opção de permanecer.

Ainda enfrentamos problemas devido à limitação e dificuldade de comparação dos dados sobre migração. Isso demonstra a necessidade de melhorar a coleta de dados e aumentar a pesquisa. Estudar o impacto do clima na migração é fundamental para encontrar soluções eficazes. Para lidar com essa questão complexa, as políticas devem considerar diferentes regiões e aspectos sociais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41558-024-02165-1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Roman Hoffmann, Guy Abel, Maurizio Malpede, Raya Muttarak, Marco Percoco. Drought and aridity influence internal migration worldwide. Nature Climate Change, 2024; DOI: 10.1038/s41558-024-02165-1
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