Influência da saúde intestinal materna na formação cerebral do bebê durante a gestação

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
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Esboço de mulher grávida com ícones de cérebro e intestino.

São PauloEstudo mostra que bactérias intestinais da mãe durante a gravidez podem influenciar o desenvolvimento cerebral do bebê. Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram que a presença da bactéria Bifidobacterium breve no intestino materno auxilia no desenvolvimento do cérebro do bebê. Ao comparar filhotes de camundongos cujas mães não tinham bactérias intestinais com aqueles cujas mães possuíam Bifidobacterium breve, eles observaram um melhor transporte de nutrientes e mudanças positivas nos processos cerebrais dos filhotes.

Principais descobertas do estudo:

  • A presença de Bifidobacterium breve auxilia no melhor transporte de nutrientes para o cérebro do feto.
  • Observou-se um crescimento e desenvolvimento fetal aprimorados.
  • Possível redução do risco de condições neurológicas na vida adulta.

Este estudo é relevante porque Bifidobacterium breve é naturalmente presente no intestino humano e pode ser consumido como suplemento em bebidas probióticas e comprimidos, o que facilita sua aplicação prática. Muitas mães de primeira viagem, cerca de 10%, enfrentam problemas como baixo peso ao nascer ou restrição de crescimento fetal. Melhorar a microbiota intestinal da mãe pode ser uma maneira simples de ajudar a resolver essas questões.

A obesidade e o estresse constante em mulheres grávidas podem prejudicar o microbioma intestinal, resultando em problemas de crescimento para o bebê. Este estudo sugere que poderíamos explorar métodos não farmacológicos para melhorar a saúde intestinal das gestantes, o que pode ser uma opção mais segura do que o uso de medicamentos que geralmente visam melhorar o fluxo sanguíneo.

Pesquisas anteriores da equipe revelaram que o Bifidobacterium breve melhora o funcionamento da placenta, fornecendo nutrientes essenciais como glicose para o bebê. Um bom funcionamento da placenta resulta em um melhor crescimento do bebê. Esses resultados sugerem que cuidar da saúde intestinal da mãe pode promover um desenvolvimento geral mais saudável para o bebê.

O estudo foi realizado utilizando um modelo controlado em camundongos, portanto, ainda não podemos afirmar com certeza que se aplica a humanos. No entanto, os resultados positivos são encorajadores e merecem mais investigação. Futuros estudos precisam verificar se esses resultados são válidos para gravidezes humanas e analisar o desenvolvimento cerebral a longo prazo dos bebês nascidos nessas condições.

Pesquisas indicam que bactérias benéficas podem auxiliar no desenvolvimento fetal. Isso implica que, futuramente, mulheres grávidas poderão não depender apenas de medicamentos. Em vez disso, poderão melhorar a saúde do bebê por meio de mudanças na dieta e uso de probióticos. Essa descoberta incentiva estudos sobre como o microbioma da mãe impacta o desenvolvimento cerebral do bebê, o que pode levar a novas formas de cuidados pré-natais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.molmet.2024.102004

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jorge Lopez-Tello et al. Maternal gut Bifidobacterium breve modifies fetal brain metabolism in germ-free mice. Molecular Metabolism, 2024 DOI: 10.1016/j.molmet.2024.102004
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