Flores de outono aumentam a diversidade de abelhas urbanas

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Por Ana Silva
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Jardim urbano com diversas flores de outono e abelhas.

São PauloAmbientes urbanos são desafiadores para as abelhas, mas novos estudos revelam uma solução simples: adicionar plantas que florescem no outono pode beneficiar tanto as abelhas selvagens quanto as criadas. Nos EUA, as abelhas melíferas não são nativas, mas há cerca de 4.000 espécies de abelhas nativas importantes para a polinização. A presença de abelhas melíferas nas cidades pode gerar preocupações sobre a disputa por recursos e a propagação de doenças, contudo, um estudo recente mostra que apenas algumas espécies de abelhas selvagens são afetadas. Isso indica que plantar as plantas certas pode melhorar a biodiversidade urbana.

Estudo revela que a presença de seis tipos de abelhas selvagens está em declínio devido à proliferação de apiários comerciais e à expansão urbana.

  • Svastra (abelhas de chifres longos)
  • Florilegus (outra abelha de chifres longos)
  • Agapostemon (abelhas verdes)
  • Augochlora (abelhas verdes)
  • Lasioglossum (abelhas-do-suor)
  • Melissodes (abelhas de chifres longos)

Abelhas que fazem ninhos no solo e estão ativas no final da temporada enfrentam dificuldades nas cidades, pois há poucos locais para nidificar e alta competição por flores. Superfícies como concreto e asfalto pioram a situação ao impedir o acesso ao solo exposto que elas precisam. Plantar espécies que florescem no outono em jardins urbanos ou pequenos espaços pode ajudar, fornecendo alimento essencial para essas abelhas. Optar por árvores e arbustos nativos floridos pode oferecer uma variedade de néctar e pólen, apoiando as populações de abelhas.

Este estudo revela que devemos ver as abelhas como coletivos que colaboram entre si. Ao cuidar das colônias de abelhas, controlando pragas e doenças, podemos minimizar o impacto negativo sobre as abelhas selvagens. Populações saudáveis de abelhas melíferas têm menor probabilidade de transmitir doenças às abelhas selvagens. Dessa forma, apicultores e planejadores urbanos podem contribuir para manter o ecossistema em equilíbrio.

Saber que plantas de final de estação são essenciais para muitas abelhas selvagens pode inspirar novas estratégias de proteção. Planejar o cultivo para coincidir com períodos de atividade das abelhas garante a disponibilidade de recursos quando são mais necessários. Essa abordagem ajuda a preservar abelhas ameaçadas, sustenta diversas espécies e fortalece polinizadores em áreas urbanas, promovendo uma coexistência harmoniosa entre natureza e cidade. Quem busca conselhos práticos para criar espaços amigáveis para abelhas pode utilizar ferramentas como o Beescape da Penn State, que oferece recomendações adaptadas a cada região.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.scitotenv.2024.175783

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Gabriela M. Quinlan, Jeffrey W. Doser, Melanie A. Kammerer, Christina M. Grozinger. Estimating genus-specific effects of non-native honey bees and urbanization on wild bee communities: A case study in Maryland, United States. Science of The Total Environment, 2024; 953: 175783 DOI: 10.1016/j.scitotenv.2024.175783
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