Fungos são capazes de perceber padrões?

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Rede de fungos comunicando e se adaptando ao ambiente.

São PauloCientistas da Universidade de Tohoku e do Colégio de Nagaoka estão investigando as surpreendentes capacidades cognitivas dos fungos, demonstrando que eles podem tomar decisões mesmo sem ter um cérebro. Os fungos são frequentemente negligenciados em estudos ecológicos, mas suas complexas redes de micélio têm atraído interesse. Essas redes mostram sinais de processamento de informações. Observando como os fungos respondem a diferentes ambientes, os pesquisadores estão tentando entender a extensão de suas habilidades cognitivas.

Estudo revela adaptação inteligente de fungos: Os pesquisadores organizaram as redes fúngicas que decompõem madeira em dois formatos: um círculo e uma cruz. Os resultados demonstraram que os fungos não crescem somente seguindo os nutrientes; ao invés disso, eles avaliam o ambiente ao redor e ajustam seu crescimento de maneira apropriada. Principais descobertas incluem:

Organização das Conexões Fúngicas: Estratégias de Forrageamento

  • Em uma disposição cruciforme, os fungos estabelecem conexões mais densas em direção aos blocos externos, indicando uma abordagem estratégica para buscar nutrientes.
  • Em uma disposição circular, o crescimento foi uniforme, exceto no centro, sugerindo que os fungos avaliam a utilidade de se expandir em áreas já densamente povoadas.

Observações indicam que os fungos têm a capacidade de perceber o ambiente e escolher a melhor forma de crescimento. Essa descoberta desafia a crença antiga de que apenas seres com cérebros podem pensar. Tais estudos nos ajudam a entender como a inteligência pode se manifestar em diferentes formas de vida, sugerindo que a inteligência pode estar presente em mais organismos do que se acreditava anteriormente.

Fungos conseguem criar redes eficientes que os ajudam a sobreviver e interagir com o ambiente ao seu redor. Essas redes permitem que fungos gerenciem bem os recursos, compartilhem informações sobre perigos ou outros organismos e se recuperem de danos em seu habitat. Esse processo não apenas beneficia os fungos, mas também favorece ecossistemas inteiros, melhorando o crescimento das plantas e a reciclagem de nutrientes.

Estudar a forma como os fungos pensam e funcionam pode inspirar novas ideias em tecnologia e design. O funcionamento das redes de micélio pode nos ajudar a criar sistemas autônomos e eficientes, sem a necessidade de um controle centralizado. Ao aprender com os fungos, podemos aprimorar algoritmos de computador, tornar sistemas de transporte e entrega mais eficientes e desenvolver melhores materiais de construção.

Pesquisa sobre como fungos pensam e aprendem ainda é algo bastante novo, mas as descobertas atuais estão abrindo muitas novas possibilidades. Ao entender melhor como esses organismos básicos interagem com o ambiente, os benefícios potenciais para a ciência, tecnologia e meio ambiente são enormes. Será que conseguimos compreender completamente o conhecimento que os fungos possuem? Esta exploração está apenas começando.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.funeco.2024.101387

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yu Fukasawa, Kosuke Hamano, Koji Kaga, Daisuke Akai, Takayuki Takehi. Spatial resource arrangement influences both network structures and activity of fungal mycelia: A form of pattern recognition? Fungal Ecology, 2024; 72: 101387 DOI: 10.1016/j.funeco.2024.101387
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