Escolha de Milei para Suprema Corte causa choque na Argentina

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
- em
Tribunal com cartazes de protesto e sombras de tensão

São PauloProtestos eclodiram após o presidente da Argentina, Milei, escolher o juiz Ariel Lijo para a Suprema Corte. Diversos grupos, incluindo entidades de vigilância jurídica, associações empresariais e jornais, criticaram essa decisão. Eles estavam preocupados com o passado controverso de Lijo no sistema judiciário.

Principais reações incluíram:

  • Protestos em frente ao Supremo Tribunal.
  • Reações negativas das comunidades jurídica e empresarial.
  • Declarações dos aliados políticos de Milei expressando alarme e decepção.

Milei enfrenta forte oposição, mas acredita que Lijo será confirmado sem grandes problemas. No entanto, o governo de Milei está tendo dificuldades no Congresso. Recentemente, aprovaram um grande projeto de lei com 232 artigos que dá ao presidente mais controle sobre a economia. Isso ocorreu após protestos violentos.

Milei emitiu uma ordem emergencial para alterar as regras trabalhistas, mas essa decisão foi contestada judicialmente e parcialmente suspensa. Os juízes consideraram partes da ordem inconstitucionais após queixas dos sindicatos. Milei alegou que a crise na Argentina, com uma inflação anual de quase 300%, justificava a medida. No entanto, advogados argumentaram que o poder executivo deveria ser limitado.

Lijo conta com o apoio de alguns políticos. Frequentemente é mencionada a sua atuação nas investigações de altos funcionários como prova de seu esforço contra a corrupção. No entanto, ele não respondeu às críticas generalizadas direcionadas a ele. Milei fez apenas uma defesa suave, destacando o conhecimento de Lijo sobre o sistema judicial.

Em 2018, Lijo e seu irmão enfrentaram acusações graves. Eles foram acusados de fazer favores para empresários ricos e de interferir em casos judiciais em benefício próprio. A agência de combate à lavagem de dinheiro da Argentina questionou como eles ficaram ricos de repente. O caso foi encerrado em 2021 por falta de provas.

Lijo ganhou o apelido de "anestesista do tribunal" por ser conhecido por atrasar casos de corrupção. Uma auditoria realizada em 2016 revelou que ele havia atrasado 29 casos sem motivo justificado, alguns por até 14 anos. Muitos de seus casos nunca chegaram a julgamento. Sua condução de processos envolvendo pessoas influentes, como o ex-presidente Kirchner, tem sido alvo de críticas.

Kirchner, que enfrenta várias acusações, não comentou sobre a indicação de Lijo. Isso levantou suspeitas sobre um possível acordo com Milei. O grupo dela tem grande poder no Senado, e seus votos podem ser decisivos para confirmar Lijo. O ex-presidente Macri, que também tem casos pendentes com Lijo, manteve-se em silêncio.

O principal órgão judicial da Argentina descobriu que o juiz Lijo teve 32 queixas ao longo de 20 anos. Só no ano passado, foram protocolados cinco pedidos de impeachment contra ele. Alguns senadores têm pressionado esse órgão para agilizar as investigações sobre Lijo. No entanto, o presidente do Conselho, Héctor Recalde, adiou as investigações indefinidamente.

A iminente audiência de confirmação gerou um clima político tenso. Todos estão atentos à decisão sobre a escolha de Milei para a Suprema Corte. Muitos estão curiosos para saber como o passado controverso de Lijo influenciará o futuro do sistema de justiça da Argentina.

Mundo: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário