Gene ancestral determina formação da cintura em aranhas, revela estudo da Universidade de Wisconsin-Madison

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Por Chi Silva
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Close-up da cintura estreita de uma aranha.

São PauloPesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, liderados por Emily Setton, publicaram um estudo na PLOS Biology em 29 de agosto. Eles descobriram que um gene antigo é essencial para a forma corporal única das aranhas. Esse gene, chamado 'waist-less', faz parte da família de genes Iroquois e é crucial para a criação da cintura estreita da aranha, que divide seu corpo em duas partes.

Cientistas descobriram um gene chamado "waist-less" em aranhas, que ajuda a explicar as diferenças genéticas e a evolução entre os artrópodes. Enquanto insetos e crustáceos perderam esse gene há muito tempo, as aranhas ainda o possuem, o que influencia na forma de seus corpos. Essa descoberta auxilia pesquisadores a compreenderem como diferentes artrópodes se desenvolvem e evoluem.

Pesquisadores estudaram os genes dos embriões das tarântulas marrons do Texas para entender como as aranhas desenvolvem suas cinturas. Eles descobriram que 12 genes estavam ativos de maneira diferente em cada lado da cintura da aranha. Ao desativar esses genes um por um em aranhas domésticas comuns, constataram que o gene sem cintura é crucial para o desenvolvimento da cintura.

Principais Pontos:

  • O estudo revela que o gene waist-less é essencial para o desenvolvimento da cintura da aranha.
  • Waist-less pertence à família de genes Iroquois, anteriormente estudada em insetos e vertebrados.
  • O gene foi perdido no ancestral comum de insetos e crustáceos.
  • Doze genes foram inicialmente identificados; apenas waist-less se mostrou crucial para o desenvolvimento da cintura.

As descobertas são significativas, pois revelam um gene antigo presente em quelicerados, como aranhas e carrapatos. Esse gene não é encontrado em insetos e crustáceos, evidenciando as diferenças genéticas que resultam nas distintas estruturas corporais dos artrópodes.

Estudar diferentes tipos de seres vivos pode nos ajudar a compreender o funcionamento dos genes. Animais comumente utilizados, como moscas e vermes, têm suas limitações em nos mostrar toda a história da evolução. Pesquisas com aranhas e outros aracnídeos podem revelar novos genes e processos que não são encontrados nas espécies estudadas mais frequentemente.

Mais pesquisas são necessárias para verificar se a característica sem cintura atua de maneira semelhante em outros aracnídeos, como escorpiões e opiliões. Compreender seu funcionamento nesses animais pode nos ajudar a entender as forças evolutivas que influenciaram a segmentação corporal em aranhas e seus parentes.

A descoberta do gene sem cintura em aranhas nos ajuda a compreender como os embriões de aranha se desenvolvem e evidencia a importância da pesquisa genética entre diferentes espécies. Esse achado pode levar a novos métodos de estudo da evolução e do desenvolvimento, além de ajudar a identificar outros genes importantes envolvidos na formação dos corpos de animais antigos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pbio.3002771

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Emily V. W. Setton, Jesús A. Ballesteros, Pola O. Blaszczyk, Benjamin C. Klementz, Prashant P. Sharma. A taxon-restricted duplicate of Iroquois3 is required for patterning the spider waist. PLOS Biology, 2024; 22 (8): e3002771 DOI: 10.1371/journal.pbio.3002771
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