Entalhes em Göbekli Tepe podem revelar o calendário mais antigo do mundo de 12.000 anos atrás

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Por Bia Chacu
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Entalhes em pedra de Göbekli Tepe que se assemelham a símbolos de calendário antigo.

São PauloEscavações em uma coluna de pedra em um sítio de 12.000 anos na Turquia podem revelar o calendário solar mais antigo do mundo. Pesquisadores acreditam que os símbolos em Göbekli Tepe representem eventos astronômicos e o impacto de um cometa que transformou a civilização humana. O sítio no sul da Turquia possui símbolos detalhados e estruturas semelhantes a templos. Parece que as pessoas antigas de Göbekli Tepe eram capazes de:

  • Acompanhe o sol, a lua e as constelações
  • Crie um calendário com 365 dias
  • Registre eventos astronômicos significativos

Pesquisadores analisaram símbolos em forma de V e concluíram que cada V pode representar um dia. Eles identificaram um calendário solar de 365 dias, com 12 meses lunares e 11 dias extras. Um V em volta do pescoço de um símbolo parecido com um pássaro pode indicar o solstício de verão. Outras estátuas com marcações em V reforçam essa teoria. Essas gravações podem ser o calendário lunissolar mais antigo, datando de milhares de anos antes de qualquer outro calendário conhecido.

A teoria é fascinante e indica que o povo de Göbekli Tepe tinha um grande conhecimento de astronomia. Eles talvez tenham feito essas esculturas para registrar um cometa atingindo a Terra por volta de 10.850 a.C., o que causou uma mini era do gelo. Esse evento provavelmente contribuiu para o início das civilizações na Ásia Ocidental. Uma coluna próxima mostra a ligação entre a corrente de meteoros Tauridas e o cometa. As esculturas também revelam que eles compreendiam a precessão, a lenta mudança do eixo da Terra, conhecimento que se acreditava ter sido descoberto muito tempo depois.

Os antigos eram mais espertos sobre ciência do que imaginávamos. Eles conseguiam observar e registrar com precisão os fenômenos celestes. Esses eventos no céu podem ter dado origem a novas religiões e métodos agrícolas. A contínua importância dessas gravações sugere que o impacto do cometa teve um efeito duradouro na sua cultura.

A descoberta revela que a órbita da Terra cruza com fragmentos de cometas, aumentando a chance de impactos cometários. Esse trajeto condiz com os dados astronômicos existentes e nos ajuda a entender eventos espaciais passados e futuros.

O Dr. Martin Sweatman, da Universidade de Edimburgo, liderou um estudo sugerindo que os povos de Göbekli Tepe já observavam o céu. Ele acredita que o impacto de um cometa pode ter influenciado o surgimento de novas religiões e técnicas agrícolas. Esses avanços poderiam ser os primeiros passos para a escrita e o registro de eventos. Esse estudo pode mudar nosso entendimento sobre a história humana e o conhecimento antigo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1080/1751696X.2024.2373876

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Martin B. Sweatman. Representations of calendars and time at Göbekli Tepe and Karahan Tepe support an astronomical interpretation of their symbolism. Time and Mind, 2024; 1 DOI: 10.1080/1751696X.2024.2373876
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