Islândia emite licença para caça de 128 baleias-fin em 2023

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Por Ana Silva
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Uma baleia-fin nadando no oceano.

São PauloA Islândia permitiu a caça de 128 baleias-fin este ano, causando preocupação entre os conservacionistas marinhos. O governo islandês havia interrompido a caça dessas baleias no ano passado devido a questões relacionadas ao bem-estar animal. Em maio de 2023, a Autoridade de Alimentos e Veterinária da Islândia publicou um relatório que revelou dados alarmantes.

  • 67% das 58 baleias monitoradas morreram ou perderam a consciência rapidamente
  • 14 baleias foram atingidas mais de uma vez
  • 2 baleias foram baleadas quatro vezes antes de morrer

As autoridades permitiram a retomada da caça às baleias, mas com regras de caça mais rigorosas e maior supervisão. As baleias-fin são as segundas maiores baleias, depois das baleias-azuis. A Comissão Internacional da Baleia (IWC) proibiu a caça comercial de baleias nos anos 1980 devido à queda no número desses animais. A Islândia deixou a IWC em 1992, mas retornou em 2002, mantendo o direito de continuar a caça comercial de baleias. A caça foi retomada em 2006.

A Islândia é um dos poucos países que ainda praticam a caça comercial de baleias, junto com a Noruega e o Japão. O país define limites anuais para a captura de baleias-fin e baleias-minke. A maior parte da carne de baleia é enviada para o Japão, embora o interesse por lá tenha diminuído desde que o Japão saiu da Comissão Internacional da Baleia em 2019. Recentemente, o Japão sugeriu adicionar as baleias-fin à sua lista de espécies de baleias que podem ser legalmente pescadas, a qual já inclui outros três tipos de baleias.

A decisão de retomar a caça às baleias gerou muita polêmica. Grupos de defesa dos animais argumentam que os métodos de caça são cruéis, pois muitas vezes as baleias precisam ser atingidas várias vezes antes de morrerem. Ambientalistas estão preocupados com o impacto nas populações de baleias, especialmente porque muitos ainda consideram as baleias-fin ameaçadas de extinção. Eles acreditam que métodos de caça mais rígidos e uma supervisão aumentada podem não resolver esses problemas.

O governo da Islândia afirma que as novas regras tornarão a caça às baleias mais humanitária. A indústria baleeira alega que essa atividade é crucial para a economia, argumentando que gera empregos e auxilia as comunidades locais. Há um debate contínuo sobre os benefícios econômicos em contraste com questões éticas.

A prática da caça às baleias na Islândia é regulada por cotas rigorosas, estabelecidas com base em estudos científicos. O governo islandês afirma que essas cotas são definidas para garantir a sustentabilidade das populações de baleias. No entanto, muitos conservacionistas discordam e argumentam que qualquer tipo de caça comercial é prejudicial para as baleias. A Comissão Internacional da Baleia (IWC) ainda desaconselha a caça comercial e recomenda o uso de métodos de pesquisa não letais.

O futuro da caça às baleias na Islândia é incerto. As opiniões divergem: alguns defendem a continuidade da prática devido aos benefícios econômicos, enquanto outros desejam sua completa cessação. Além disso, há uma crescente pressão internacional para que a Islândia cumpra as normas globais de proteção da vida marinha. Esse debate revela questões mais amplas de conservação marinha e práticas sustentáveis.

A licença para caça de baleias-fin está atualmente em vigor. Os impactos das novas regulamentações serão monitorados de perto. Ambientalistas continuarão lutando para proteger esses animais. O debate sobre a caça de baleias na Islândia ainda está em andamento. Este tema provavelmente continuará sendo uma fonte de discordâncias tanto no país quanto no cenário internacional.

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