Jovens sofrem com desigualdade no tratamento de TDAH no Reino Unido, revela pesquisa

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Por Alex Morales
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Mapa do Reino Unido destacando áreas com acesso desigual.

São PauloUma pesquisa nacional realizada pela Universidade de Exeter revelou grandes desigualdades no tratamento de TDAH no Reino Unido. Muitos jovens adultos enfrentam sérias dificuldades para obter atendimento após completarem 18 anos. O sistema atual está falhando com eles durante a transição dos serviços infantis para os serviços de saúde mental para adultos. Pesquisadores destacaram como as lacunas no tratamento contribuem para crises de saúde mental e problemas no trabalho, na educação e nos relacionamentos.

Principais descobertas da Pesquisa Nacional do MAP incluem:

  • Diferenças nos acordos de "cuidado compartilhado" entre clínicos gerais, especialistas em saúde mental e pacientes.
  • Mais de 40% dos entrevistados enfrentaram tempos de espera de dois anos ou mais para serviços de saúde mental para adultos.
  • Os clínicos gerais podem não prescrever medicação para TDAH devido a preocupações com suporte insuficiente e questões de seguro e responsabilidade.

O TDAH afeta até 7% das crianças e até 5% dos adultos, gerando sintomas que dificultam a vida cotidiana. Tratamentos eficazes são essenciais para controlar esses sintomas e garantir uma vida produtiva. Contudo, uma pesquisa revelou inconsistências na coordenação entre médicos de atenção primária e secundária, especialmente durante a transição dos adolescentes para os serviços adultos.

Alguns médicos de família não se sentem apoiados em continuar a prescrição de medicamentos para TDAH iniciada na infância. Isso se deve frequentemente a questões de seguro, responsabilidade civil e falta de acordos claros de cuidado. O problema é agravado para aqueles com um diagnóstico privado de TDAH, impedindo o acesso aos medicamentos necessários e aumentando a pressão sobre os já sobrecarregados serviços do SUS.

Os longos tempos de espera para serviços de saúde mental para adultos agravam a situação, deixando os médicos de família sem suporte especializado suficiente. Essas demoras fazem com que muitos adultos não recebam cuidados regulares durante uma fase crucial de suas vidas, dificultando o gerenciamento de suas necessidades de saúde enquanto buscam sua independência.

Alguns grupos, como mulheres jovens e pessoas que saem do sistema de acolhimento, enfrentam dificuldades adicionais, o que agrava os problemas de saúde para eles. Destacar essas questões levou o NHS England a criar uma força-tarefa. Este grupo irá revisar os serviços de ADHD para garantir que o atendimento seja justo e equitativo para todos.

Especialistas da Universidade de Exeter afirmam que é necessário um planejamento adequado para garantir que todos recebam o mesmo tratamento para TDAH. Eles sugerem novas ferramentas online e planos de atendimento uniformes. Essas medidas ajudariam os médicos a prescreverem medicamentos para TDAH de forma mais fácil e precisa. As conclusões destacam a necessidade urgente de mudanças no NHS para apoiar jovens adultos com TDAH na transição para a vida adulta.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.3399/BJGP.2023.0595

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anna Price, Kieran Becker, John Ward, Obioha Ukoumunne, Rebecca Gudka, Anita Salimi, Faraz Mughal, G.J. Melendez-Torres, Jane Smith, Tamsin Newlove-Delgado. Support for primary care prescribing for adult ADHD in England: national survey. British Journal of General Practice, 2024; BJGP.2023.0595 DOI: 10.3399/BJGP.2023.0595
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