EUA são duros com Rússia e Irã, mas sem afetar preço da gasolina

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Por Chi Silva
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Silhueta de bomba de óleo com fundo da bandeira dos EUA

A administração Biden está se esforçando para controlar os preços dos combustíveis com cautela segundo o WSJ.

A administração Biden deseja manter os preços do combustível estáveis antes das eleições. Para isso, eles querem garantir um suprimento regular de petróleo no mundo todo. No entanto, esse plano entra em conflito com outro objetivo: ser rigoroso com países como a Rússia, Irã e Venezuela.

Algumas ações recentes ilustram esse equilíbrio:

  • Os EUA impuseram novas sanções ao Irã, mas essas medidas afetam apenas uma fração das exportações de petróleo do país.
  • Apesar das tensões com o Irã, as exportações diárias de petróleo do país superaram 1,5 milhão de barris este ano.
  • As sanções aos bancos russos foram rigorosas, mas a indústria de petróleo foi amplamente preservada.
  • As sanções retiradas da Venezuela foram condicionadas a eleições democráticas justas.

Alguns funcionários do Departamento do Tesouro estão frustrados. Eles acreditam que não está sendo feito o suficiente para interromper as redes de comércio de petróleo da Rússia e do Irã. Essas redes incluem traders do Azerbaijão que lidam principalmente com petróleo russo.

Impacto das Políticas dos EUA nos Mercados de Petróleo

Manter os preços do petróleo baixos tem grandes impactos. Quando o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou a principal empresa de transporte marítimo da Rússia, Sovcomflot, concedeu licenças que isentaram quase 85% de seus navios. Isso permitiu que os comerciantes de petróleo reduzissem os riscos de futuras sanções.

O Conselho Econômico Nacional, liderado por Lael Brainard, acredita que medidas mais amplas poderiam gerar problemas logísticos e aumentar a inflação. Analistas também afirmam que o aumento da produção de petróleo em países sancionados ajudou a reduzir os preços do petróleo bruto no início do ano.

Diplomatas americanos pediram à Ucrânia que interrompesse os ataques às refinarias russas, pois esses ataques estavam afetando os mercados globais de diesel e gasolina. Os preços da gasolina nos EUA estão em torno de US$ 3,44 por galão, o que é aproximadamente o mesmo valor do ano passado, mas mais alto do que há quatro anos.

Sanções recentes contra empresas iranianas nos Emirados Árabes Unidos e em Hong Kong têm efeitos limitados. O analista de petróleo Homayoun Falakshahi afirma que o Irã pode rapidamente criar novas empresas e alterar suas cadeias de suprimento.

Movimentos da Diplomacia Petrolífera dos EUA

Os Estados Unidos têm negociado acordos petrolíferos globalmente. No Iraque, ajudou a reativar um oleoduto que vai do Curdistão até um porto na Turquia. Esse oleoduto abastece a Europa, que busca alternativas ao petróleo russo.

A Rosneft perdeu mais de 720 milhões de dólares devido à interrupção do oleoduto. Etibar Eyyub, um comerciante azeri que lida com petróleo russo, se encontrou com autoridades curdas para discutir a retomada do fluxo de petróleo.

No ano passado, os EUA retomaram o comércio de petróleo com a Venezuela após reduzir as sanções. No entanto, não renovaram a licença para que empresas operassem no país porque o tribunal venezuelano impediu um líder oposicionista de concorrer às eleições.

Grandes comerciantes de commodities estão recebendo autorizações especiais para exportar petróleo venezuelano. Autoridades os contataram recentemente e algumas solicitações já foram aprovadas.

Bob McNally, presidente da Rapidan Energy, afirmou que os presidentes americanos ficam muito preocupados com o aumento dos preços dos combustíveis, especialmente em anos eleitorais, e farão de tudo para evitar que isso aconteça.

Em outra região, o oleoduto entre o Curdistão e a Turquia continua sendo importante. O Departamento de Estado dos EUA o considera uma fonte de energia crucial para a Europa. O ministro das Relações Exteriores do Curdistão, Safeen Dizayee, afirma que o oleoduto foi construído antes do conflito na Ucrânia e não tem o objetivo de apoiar nenhum dos lados.

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