Conflitos e decisões: a saga nuclear do Irã antes da eleição

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Por Ana Silva
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Instalação nuclear iraniana com bandeiras internacionais em primeiro plano

São PauloNa sexta-feira, o Irã realizará eleições para escolher um novo presidente, após o falecimento do rígido Ebrahim Raisi. O novo líder enfrentará o desafio do crescente programa nuclear do país. Confira uma linha do tempo dos eventos mais importantes sobre as atividades nucleares do Irã, que começaram com objetivos pacíficos, mas se tornaram uma preocupação global significativa.

  • 1957 - O Irã, sob o comando do Xá Mohammad Reza Pahlavi, assina um acordo de cooperação nuclear civil com os Estados Unidos.
  • 1967 - O Irã adquire o Reator de Pesquisa de Teerã pelo programa "Átomos para a Paz" dos EUA.
  • 1974 - O Xá anuncia planos para construir 23 reatores nucleares, o que preocupa os oficiais americanos.
  • 1975 - A empresa alemã Kraftwerk Union começa a construção da usina nuclear de Bushehr.

Em 1979, o Xá do Irã deixa o país devido a protestos. O Aiatolá Ruhollah Khomeini assume o poder, iniciando a Revolução Islâmica. Tem início a crise dos reféns no Irã e o programa nuclear iraniano é interrompido. Na década de 1980, durante a guerra entre Irã e Iraque, o Iraque ataca a usina nuclear de Bushehr, que ainda não está operacional.

Em 1987, o Irã fecha um acordo com o cientista paquistanês A.Q. Khan para obter projetos de centrífugas, essenciais para o programa nuclear iraniano. Em agosto de 2002, serviços de inteligência ocidentais e um grupo de oposição iraniano revelam a existência da secreta instalação de enriquecimento de urânio em Natanz.

Em junho de 2003, Reino Unido, França e Alemanha iniciaram conversações nucleares com o Irã, sem a participação dos EUA. Em outubro de 2003, o Irã interrompeu o enriquecimento de urânio. Em fevereiro de 2006, o Irã anunciou que retomaria o enriquecimento de urânio, levando Reino Unido, França e Alemanha a abandonarem as negociações. Em junho de 2006, o grupo P5+1, que inclui EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha, tentou convencer o Irã a limitar seu programa nuclear.

Em dezembro de 2006, o Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs as primeiras sanções ao Irã. Em 2010, mais cinco resoluções foram adicionadas para aumentar essas sanções. Em novembro de 2007, o Irã já contava com cerca de 3.000 centrífugas, causando preocupação entre os especialistas nucleares.

Em julho de 2008, os EUA participam de conversas nucleares pela primeira vez. Em junho de 2009, uma eleição presidencial polêmica no Irã resulta na reeleição de Mahmoud Ahmadinejad e provoca protestos. Em setembro de 2009, líderes ocidentais revelam a instalação secreta de enriquecimento Fordo no Irã.

Em outubro de 2009, os Estados Unidos e o Irã iniciaram negociações secretas em Omã. Já em fevereiro de 2010, o Irã começou a enriquecer urânio para quase 20%. Em maio de 2010, uma tentativa de acordo nuclear feita por Brasil e Turquia fracassou.

Em janeiro de 2011, o Irã e seis potências mundiais interromperam suas negociações. Em maio do mesmo ano, a usina nuclear de Bushehr, no Irã, começou a funcionar com a ajuda da Rússia. Em novembro de 2011, a IAEA declarou que o Irã tinha um programa militar de armas nucleares que foi encerrado em 2003. O Irã negou essa acusação.

Em janeiro de 2012, a AIEA informa que o Irã está enriquecendo urânio a 20% em Fordo. A União Europeia congela os ativos do Banco Central iraniano e interrompe a importação de petróleo iraniano. Em abril, as negociações públicas recomeçam, mas não têm sucesso. Em julho de 2012, autoridades dos EUA e do Irã realizam conversas secretas cara a cara em Omã.

O novo presidente do Irã enfrentará problemas persistentes. As atividades nucleares do Irã continuam causando tensões internacionais.

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