Polícia moral do Talibã amedronta e intimida, relata ONU

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Por Bia Chacu
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Rua escura com símbolos opressivos do Talibã e sombras.

São PauloONU denuncia a polícia da moralidade do Talibã por gerar medo e intimidação no Afeganistão

A Missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) afirmou que as ações realizadas pela polícia da moralidade frequentemente violam os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Principais pontos do relatório incluem:

  • Decretos que afetam desproporcionalmente mulheres e meninas
  • Punições arbitrárias, severas e desproporcionais
  • Uso de força em mais de 1.000 casos documentados
  • Expansão da fiscalização para novas áreas, como mídia e dependência de drogas

O Talibã estabeleceu um ministério para impor suas regras e controlar comportamentos considerados inaceitáveis desde que assumiram o poder em 2021. Esse ministério regula a vida cotidiana, especialmente para mulheres e meninas. As regras incluem diretrizes sobre vestimenta, a separação de escolas e locais de trabalho para homens e mulheres, e a exigência de que mulheres tenham um guardião masculino ao viajar.

Segundo o relatório, as punições para quem infringe essas regras são muitas vezes imprevisíveis e severas. Os funcionários do Talibã frequentemente utilizam ameaças, detenções arbitrárias e violência física. Esse tipo de violência tem causado sérios danos físicos e mentais.

UNAMA registrou pelo menos 1.033 casos entre agosto de 2021 e março de 2024 em que trabalhadores do ministério usaram força para cumprir ordens. Isso afetou principalmente homens, frequentemente punidos pelo que suas parentes mulheres fizeram.

Relatório da ONU: Ministério Amplia Controle, Gerando Preocupação entre Afegãos

O relatório da ONU aponta que o ministério está assumindo mais responsabilidades, incluindo a fiscalização da mídia e o combate ao vício em drogas. Essas novas atividades geram preocupação. Fiona Frazer, líder do Serviço de Direitos Humanos da UNAMA, afirma que o aumento do controle é um grande motivo de preocupação para todos os afegãos, especialmente para mulheres e meninas.

O ministério refutou o relatório da ONU, afirmando que estava incorreto e sem lógica. Eles declararam que suas regras e leis têm o objetivo de melhorar a sociedade.

Uma equipe do Talibã participou de uma reunião da ONU no Catar para discutir os problemas econômicos e humanitários do Afeganistão. Houve indignação pela ausência de mulheres afegãs e grupos da sociedade civil no encontro.

A polícia de moralidade do Talibã está espalhando medo, especialmente entre as mulheres. Esse medo vem tanto de suas ações quanto da incerteza sobre como eles aplicam as regras. O papel ampliado do ministério em supervisionar a mídia e combater o vício em drogas indica um futuro em que eles controlam rigorosamente mais aspectos da vida afegã.

A comunidade internacional, especialmente organizações como a ONU, precisa continuar registrando e compartilhando informações sobre essas violações de direitos humanos. No entanto, a rejeição desses relatórios pelo Talibã mostra que será difícil promover mudanças reais. As mulheres afegãs são frequentemente excluídas das discussões internacionais, agravando o problema. Para melhorar a situação, é essencial que as vozes das mais afetadas sejam ouvidas.

A comunidade internacional e grupos de direitos humanos devem tomar medidas mais firmes para responsabilizar o Talibã e apoiar o povo afegão, com especial atenção às mulheres e meninas que enfrentam as restrições e consequências mais severas.

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