Estudo destaca como a percepção de benefícios futuros influencia o apoio público ao financiamento da saúde

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Por Alex Morales
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Símbolos de saúde equilibrando-se em uma balança financeira.

São PauloPopulações envelhecidas criam problemas significativos para os sistemas de saúde pública em todo o mundo. Com o aumento da longevidade e a queda das taxas de natalidade, a pressão financeira sobre esses sistemas cresce. Embora a necessidade de recursos aumente, convencer a população a contribuir mais é muito difícil. Um estudo recente dos professores Tomoko Matsumoto e Daiki Kishishita, da Universidade de Ciências de Tóquio, investigou se tornar os benefícios da saúde pública mais pessoais pode ajudar a obter o apoio necessário. Os resultados foram publicados no European Journal of Political Economy.

As descobertas do estudo são reveladoras:

  • Enquadrar os benefícios da saúde como ganhos pessoais futuros pode aumentar significativamente o apoio do público.
  • Esse efeito positivo diminui quando as pessoas tomam conhecimento da insustentabilidade fiscal.
  • Por outro lado, enquadrar os benefícios como ganhos atuais para idosos tem impacto limitado.

Este estudo destaca um problema crucial para os formuladores de políticas. As pessoas geralmente não percebem o quanto um sistema de saúde universal pode ser benéfico. Quando descobrem essas vantagens, estão mais dispostas a pagar um pouco mais—desde que não saibam que o sistema enfrenta problemas financeiros.

Para facilitar, é importante focar em uma comunicação clara. As campanhas políticas devem destacar os benefícios pessoais de um sistema de saúde melhor, mostrando como os indivíduos ganharão em vez de grupos. Por exemplo, podem explicar que pagar mais agora garantirá um bom atendimento médico na velhice. No entanto, essa abordagem precisa ser equilibrada. Falar demais sobre questões orçamentárias pode diminuir o impacto positivo dessas campanhas.

Para que as pessoas acreditem na capacidade do sistema público de saúde em proporcionar benefícios futuros, é fundamental que os governos implementem políticas financeiras robustas. Isso inclui:

  • Relatórios fiscais transparentes.
  • Práticas responsáveis de orçamento.
  • Investimentos estratégicos e de longo prazo em infraestrutura de saúde e cuidados preventivos.

Ao adotar estas medidas, os governos podem construir um sistema público de saúde mais confiável e com apoio da população. É crucial equilibrar os benefícios individuais e a saúde financeira do sistema. O estudo de Matsumoto e Kishishita oferece informações valiosas, mas também destaca a dificuldade de conseguir que a população contribua para o financiamento da saúde. Com o envelhecimento da população e o aumento dos problemas de saúde, essas descobertas podem ajudar a moldar futuras políticas de saúde.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.ejpoleco.2024.102597

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Daiki Kishishita, Tomoko Matsumoto. Self-benefits, fiscal risk, and political support for the public healthcare system. European Journal of Political Economy, 2024; 85: 102597 DOI: 10.1016/j.ejpoleco.2024.102597
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