Dislexia e discalculia: menos preconceito, mais inclusão

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Por Ana Silva
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Ilustração de cérebro colorido com balanças de viés equilibradas.

São PauloEstudo Revela Menor Viés Implícito em Pessoas com Dislexia e Discalculia

Um estudo recente da Universidade de Plymouth investigou pessoas com dislexia e discalculia e descobriu habilidades surpreendentes. Os pesquisadores usaram dados do Teste de Associação Implícita (IAT) para examinar preconceitos relacionados a deficiências, raça e gênero. O estudo revelou que indivíduos com dislexia e discalculia demonstram muito menos viés oculto do que aqueles sem essas dificuldades de aprendizagem. Esse achado sugere que essas pessoas podem possuir qualidades únicas que beneficiam interações sociais.

Pesquisas indicam que indivíduos com dislexia apresentam menos preconceitos inconscientes. Aqueles com discalculia mostraram ainda menos preconceitos do que pessoas com dislexia. Pode haver uma relação entre dificuldades de aprendizado e uma menor tendência de categorizar pessoas em grupos.

Esses resultados indicam que devemos repensar nossa visão sobre dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, dislexia e discalculia são enxergadas como obstáculos à leitura e à matemática, mas podem, na verdade, ajudar as pessoas a se tornarem mais conscientes socialmente, ao diminuir preconceitos automáticos. Isso pode levar a interações sociais mais inclusivas e a decisões que evitam estereótipos.

O estudo vai além de simplesmente mudar nossa percepção sobre dificuldades de aprendizagem. Ele promove um debate mais amplo sobre as diversas formas de pensamento e as vantagens que essas diferenças trazem. Ao entender que as condições neurodiversas podem ajudar a diminuir preconceitos, podemos começar a valorizar mais as habilidades cognitivas únicas. Esse novo entendimento pode resultar em mudanças nas escolas e nos locais de trabalho, criando ambientes que respeitem diferentes maneiras de pensar.

Esta pesquisa apoia a tendência de valorizar as habilidades únicas dos grupos neurodiversos. Frequentemente, essas pessoas percebem o mundo de maneiras distintas, oferecendo perspectivas não moldadas por padrões sociais comuns. Ao reconhecer essas diferenças, podemos incentivar a criatividade e a inovação através da combinação de diferentes estilos de pensamento.

Este estudo nos leva a repensar a forma como avaliamos as habilidades de pensamento. Indivíduos com dislexia e discalculia possuem perspectivas únicas, mostrando que diferentes maneiras de pensar agregam valor. Isso nos lembra que as capacidades vão além das habilidades escolares tradicionais, e devemos apoiar todos os tipos de talentos para beneficiar a todos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1177/27546330241288164

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Liam Cross, Gray Atherton, Roderick I Nicolson. People with dyslexia or dyscalculia are less biased: Results of a preregistered study from over 450,000 people on the implicit association test. Neurodiversity, 2024; 2 DOI: 10.1177/27546330241288164
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