Baterias de geleia inspiradas em enguias elétricas oferecem avanços para robótica e dispositivos vestíveis

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Enguia elétrica justaposta com baterias flexíveis semelhantes a gelatina.

São PauloCientistas da Universidade de Cambridge desenvolveram um novo tipo de bateria. Ela é macia, elástica e semelhante a uma geleia. A bateria é destinada a dispositivos vestíveis, robôs flexíveis e até implantes cerebrais. Essas novas baterias podem trazer muitas novas possibilidades.

Características principais das baterias de gelatina:

  • Macias e elásticas
  • Autorreparáveis
  • Baseadas em hidrogel
  • Alta condutividade
  • Biocompatíveis

As baterias de gelatina são feitas de hidrogéis. Hidrogéis são redes de polímeros que contêm mais de 60% de água. Os pesquisadores optaram por usar hidrogéis porque permitem controle sobre as propriedades mecânicas e são ótimas opções para robótica suave e bioeletrônica.

Combinar condutividade e elasticidade é um grande avanço. Normalmente, quando um material é esticado, ele perde parte de sua condutividade. Mas essas baterias de gelatina podem ser esticadas mais de dez vezes o seu comprimento original sem perder condutividade. Essa flexibilidade é crucial para o uso em dispositivos macios.

A equipe de pesquisa utilizou polímeros com íons carregados em vez de neutros, o que tornou os hidrogéis condutores. Ao alterar o componente do sal, conseguiram fazer com que os géis se aderissemm entre si, permitindo a criação de maiores potenciais de energia.

Os hidrogéis se conectam firmemente devido a ligações que podem se formar e romper facilmente. Essas ligações ajudam a manter as camadas unidas quando esticadas. Essa forte adesão contribui para a manutenção da condutividade mesmo sob tensão.

Baterias de gelatina são extremamente úteis para fins médicos. Elas se adaptam facilmente aos tecidos humanos e têm menor probabilidade de serem rejeitadas ou causarem cicatrizes. O professor Oren Scherman, líder do Laboratório Melville de Síntese de Polímeros, afirma que os implantes de hidrogel seriam mais macios e menos incômodos do que as peças metálicas rígidas.

Os hidrogéis são resistentes e conseguem suportar pressão sem deformar de forma permanente. Caso sejam danificados, têm a capacidade de se regenerar. No futuro, serão realizados testes em organismos vivos para verificar a utilidade desses hidrogéis em aplicações médicas.

O trabalho dos pesquisadores foi financiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa e pelo Conselho de Pesquisa em Engenharia e Ciências Físicas (EPSRC), que faz parte do UK Research and Innovation (UKRI).

Este desenvolvimento pode trazer grandes mudanças. Dispositivos podem se tornar mais flexíveis e confortáveis, especialmente para uso médico. Um benefício importante é que ele combina condutividade e maciez, fundamentais para novas bioeletrônicas e robôs maleáveis. Este é um avanço significativo com muitas possíveis novas aplicações em breve.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adn5142

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Stephen J. K. O’Neill, Zehuan Huang, Xiaoyi Chen, Renata L. Sala, Jade A. McCune, George G. Malliaras, Oren A. Scherman. Highly stretchable dynamic hydrogels for soft multilayer electronics. Science Advances, 2024; 10 (29) DOI: 10.1126/sciadv.adn5142
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