Reimaginando a economia para preservar a Amazônia e fortalecer as comunidades locais

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Por Ana Silva
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Floresta amazônica exuberante, vida selvagem vibrante e fontes de energia renovável.

São PauloA economia na Amazônia precisa mudar de métodos prejudiciais de produção para práticas que respeitem as comunidades indígenas e rurais e que visem a preservação das florestas. Anos de desmatamento não trouxeram grandes melhorias para a vida das pessoas na região. Seus rendimentos, expectativa de vida e níveis de educação continuam baixos apesar da destruição florestal generalizada. Isso demonstra que uma mudança significativa no modelo econômico é indispensável.

Conservacionistas de diversos países propõem uma nova ideia chamada socio-bioeconomias (SBEs). Essa abordagem visa utilizar os ecossistemas de forma sustentável, favorecendo as comunidades locais e indígenas. As atividades das SBEs incluem turismo ecológico e a colheita cuidadosa de plantas para produtos úteis como alimentos e remédios.

  • Apoio ao turismo ecológico
  • Colheita sustentável de plantas
  • Investimentos em empreendimentos comunitários
  • Redirecionamento de subsídios governamentais
  • Aquisição pública de alimentos produzidos de forma sustentável

SBEs visam proteger a Amazônia e melhorar o bem-estar de seu povo. Para isso, é fundamental investir significativamente na participação comunitária, em tecnologia e infraestrutura. No momento, essas áreas não recebem verbas suficientes.

Garrett e sua equipe destacam a necessidade de novas políticas para apoiar SBEs. Eles sugerem direcionar o financiamento para atividades de recuperação e estabelecer programas governamentais de compras. Esses programas comprariam de pequenos e indígenas agricultores em vez de grandes fazendas. Isso resultaria em alimentos mais saudáveis e produzidos de forma mais sustentável nas escolas e hospitais.

Garrett destaca a marca de calçados francesa Veja como um grande exemplo. A Veja compra borracha de pequenos agricultores na Amazônia e ajuda a fortalecer as comunidades locais. Esse modelo tem trazido sucesso financeiro para a empresa, sem precisar usar propaganda tradicional. Isso demonstra que empresas socialmente responsáveis podem funcionar bem e gerar lucros.

Pesquisadores afirmam que este novo modelo econômico pode beneficiar tanto as pessoas quanto o meio ambiente. Ao financiar práticas ecológicas e conceder mais direitos às comunidades indígenas, todos saem ganhando. Essa abordagem gera vantagens duradouras em vez de lucros a curto prazo que prejudicam a natureza.

O modelo de SBE tem o potencial de revolucionar nossa abordagem à conservação e ao desenvolvimento global, não apenas na Amazônia. No entanto, é essencial o apoio do governo e da sociedade. Investir em educação, inovação e infraestrutura sustentável é fundamental para promover as SBEs.

Apoiar essas ideias e financiar negócios e pesquisas baseados na SBE pode trazer grandes mudanças. Isso contribui para prevenir problemas ambientais e construir um futuro sustentável para a Amazônia e seus habitantes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41559-024-02467-9

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Rachael Garrett, Joice Ferreira, Ricardo Abramovay, Joyce Brandão, Eduardo Brondizio, Ana Euler, Danny Pinedo, Roberto Porro, Emiliano Cabrera Rocha, Oscar Sampaio, Marianne Schmink, Bolier Torres, Mariana Varese. Transformative changes are needed to support socio-bioeconomies for people and ecosystems in the Amazon. Nature Ecology & Evolution, 2024; DOI: 10.1038/s41559-024-02467-9
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