Explorando células vivas com luz infravermelha: inovação na pesquisa e terapia celular
São PauloCientistas estão sempre buscando melhores maneiras de visualizar moléculas em células vivas, o que é fundamental para a descoberta de novos medicamentos e terapias celulares. Pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) desenvolveram um novo método utilizando luz infravermelha (IR) para observar essas moléculas com maior clareza. Normalmente, medições com IR são desafiadoras porque a água nas células absorve a luz IR, dificultando a visualização das moléculas. A nova técnica resolve esse problema ao considerar a absorção da água.
O novo método proporciona diversos benefícios importantes: resultados mais rápidos do que as opções atuais, dispensando o uso de corantes ou marcadores fluorescentes, além de permitir a medição precisa das massas de proteínas, ácidos nucleicos, lipídios e carboidratos.
A técnica de compensação de absorção por solvente (CAS) utilizada com um microscópio de laser IR permite uma imagem detalhada das células. Pesquisadores observaram células de fibroblastos, que ajudam a formar o tecido conjuntivo, ao longo de 12 horas. Eles monitoraram grupos biomoleculares durante diferentes estágios do ciclo celular. Esse método é mais rápido que outras técnicas que necessitam de instalações especiais como os sincrotrons.
SAC-IR é crucial porque dispensa o uso de corantes ou marcadores, que podem ter efeitos variados e até prejudicar as células. Além disso, proporciona medições mais precisas de biomoléculas, colaborando para padronizar métodos em diversas áreas científicas e tornando a pesquisa biológica e as aplicações médicas mais confiáveis.
O método tem muitas aplicações potenciais. Na terapia com células contra o câncer, ele pode verificar a segurança e a eficácia das células imunes modificadas para combater a doença. Além disso, é útil no teste de medicamentos, pois permite medir como os fármacos afetam diferentes tipos de células ao observar mudanças em suas moléculas. Compreender essas mudanças pode ajudar a descobrir novos medicamentos e garantir que sejam seguros e eficazes.
Os pesquisadores pretendem aprimorar seu método de medir DNA e RNA com mais precisão. Essa capacidade é essencial para responder a questões fundamentais em biologia celular, como identificar padrões biomoleculares que indiquem a saúde das células. Por exemplo, um melhor entendimento dos espectros de infravermelho pode ajudar a melhorar os processos de congelamento e descongelamento de células para uso médico.
O novo método de infravermelho (IR) representa um grande avanço no estudo de células vivas. Ele pode acelerar pesquisas em diversas áreas, como a produção de produtos biológicos, terapias celulares e a descoberta de novos medicamentos.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1021/acs.analchem.4c02108e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Yow-Ren Chang, Seong-Min Kim, Young Jong Lee. Benchtop IR Imaging of Live Cells: Monitoring the Total Mass of Biomolecules in Single Cells. Analytical Chemistry, 2024; DOI: 10.1021/acs.analchem.4c02108Compartilhar este artigo