Estudo revela códigos neurais da comunicação do cerebelo em transtornos de movimento

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Por Chi Silva
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Gráfico do cérebro destacando cerebelo com padrões de atividade.

São PauloUm estudo do Baylor College of Medicine e do Texas Children's Hospital revela como os neurônios cerebelares se comunicam de formas distintas em diferentes distúrbios de movimento. Essa descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para ataxia, distonia e tremores. O cerebelo é uma parte do cérebro responsável por controlar movimentos e aprender habilidades motoras. Movimentos anormais ocorrem quando essa região está danificada.

  • Ataxia: movimentos descoordenados e desequilibrados
  • Distonia: movimentos involuntários devido ao conflito entre músculos
  • Tremores: movimentos trêmulos e perturbadores

O laboratório do Dr. Roy V. Sillitoe investigou o comportamento dos neurônios do cerebelo em camundongos saudáveis e em camundongos com distúrbios de movimento. A pesquisa, publicada na revista eLife, revelou padrões de atividade distintos para cada distúrbio, o que pode contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos.

Dra. Meike van der Heijden explicou que as células cerebrais enviam sinais umas para as outras. Esses sinais seguem certos padrões que controlam comportamentos. Os pesquisadores queriam ver se poderiam entender esses padrões analisando camundongos saudáveis e doentes.

Pesquisadores utilizaram modelos computacionais e descobriram que cada doença possui um código neural único. Isso foi comprovado em casos com origens genéticas e farmacológicas distintas. A Dra. Amanda Brown afirmou: "Descobrimos que esses códigos permaneceram os mesmos independentemente de como a doença começou. Isso sugere que os códigos neurais podem realmente causar movimentos anormais, e não apenas estar ligados a eles.”

Este estudo pode abrir caminho para novos tratamentos ao identificar códigos neurais específicos. Terapias futuras podem controlar a atividade cerebral de maneira precisa para tratar distúrbios do movimento. A pesquisa sugere novas técnicas de modulação cerebral. Com mais investigações, podemos desenvolver tratamentos que ajustem os neurônios do cerebelo, potencialmente mudando a maneira como gerenciamos essas condições.

O Dr. Sillitoe explicou que, para que os animais se movimentem normalmente, os neurônios precisam seguir padrões específicos de atividade. Os problemas surgem quando esses neurônios começam a funcionar incorretamente. Este estudo revela que os sinais dos neurônios no cerebelo são essenciais tanto para a saúde quanto para a doença. Além disso, sugere que controlar cuidadosamente a atividade desses neurônios pode ser uma nova abordagem para tratar distúrbios do movimento.

Esta pesquisa avança de maneira significativa. Ao entender o funcionamento dos padrões neurais e replicá-los, podem ser desenvolvidos novos tratamentos para distúrbios cerebelares. Isso traz esperança para melhores tratamentos no futuro.

O estudo é publicado aqui:

https://elifesciences.org/reviewed-preprints/91483#s5

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Meike E. van der HeijdenAmanda, M. BrownDominic, J. KizekRoy, V. Sillitoe. Cerebellar nuclei cells produce distinct pathogenic spike signatures in mouse models of ataxia, dystonia, and tremor. eLife, 12:RP91483 [abstract]
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