Novo estudo: eletrodos de fibra de ouro permitem gravação detalhada da atividade cerebral

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Por João Silva
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Eletrodos de fibra de ouro registrando sinais cerebrais em um diagrama.

São PauloPesquisadores do ETH Zurich, liderados pelo Professor Mehmet Fatih Yanik, desenvolveram um novo tipo de eletrodo que pode melhorar nossos estudos e tratamentos da atividade cerebral. Esses eletrodos utilizam fibras de ouro muito finas e flexíveis revestidas em um polímero. Seu design único permite:

  • Maior precisão na gravação da atividade cerebral
  • Redução do risco de danos ao tecido cerebral
  • Períodos de monitoramento prolongados
  • Alcance multidirecional

Ao contrário dos eletrodos maiores utilizados por empresas como a Neuralink, esses eletrodos extremamente finos podem ser inseridos lentamente para evitar danos ao tecido cerebral. Sua espessura, equivalente à das células nervosas, melhora tanto a segurança quanto o desempenho dos implantes cerebrais.

Eletrodos Avançados Acompanham Atividade Cerebral por Longos Períodos

Esses eletrodos sofisticados são extremamente úteis, pois podem registrar dados de alta qualidade por um longo tempo. Em testes com ratos, cientistas conseguiram monitorar a atividade cerebral por até dez meses sem causar danos perceptíveis ao tecido cerebral. Isso é essencial tanto para a pesquisa quanto para o uso médico, garantindo que estudos prolongados não prejudiquem os sujeitos.

As aplicações médicas têm um enorme potencial. Testes iniciais estão sendo realizados em pacientes com epilepsia que não respondem a medicamentos. Identificando o local exato das crises, os médicos podem remover tecidos específicos do cérebro, resultando em melhores resultados cirúrgicos. Isso também auxilia no estudo de como as células cerebrais interagem, o que é crucial para a compreensão de informações complexas e da memória.

O projeto pode revolucionar o tratamento de várias doenças cerebrais e mentais. Para problemas como depressão e esquizofrenia, onde certas partes do cérebro não funcionam corretamente, esses eletrodos podem identificar e corrigir falhas com sinais elétricos precisos. Essa abordagem detalhada pode superar os dispositivos atuais que aplicam uma estimulação mais abrangente.

Esta tecnologia pode auxiliar na criação de interfaces cérebro-máquina. Para pacientes com lesões cerebrais graves, esses eletrodos poderiam ajudá-los a controlar próteses ou dispositivos de comunicação usando sinais neurais. A possibilidade de se mover ou falar através do pensamento poderia melhorar significativamente suas vidas.

A ETH Zurich desenvolveu eletrodos de fibra de ouro que são fundamentais para o diagnóstico e tratamento de distúrbios cerebrais. Esses eletrodos são flexíveis e conseguem registrar a atividade cerebral com precisão por longos períodos. Esse avanço representa um grande passo e pode levar a novas inovações em tecnologia cerebral. À medida que a pesquisa avança para testes em humanos, considerações éticas e verificações técnicas rigorosas serão essenciais. Esse desenvolvimento pode inaugurar novas conquistas na tecnologia do cérebro.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-49226-9

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Tansel Baran Yasar, Peter Gombkoto, Alexei L. Vyssotski, Angeliki D. Vavladeli, Christopher M. Lewis, Bifeng Wu, Linus Meienberg, Valter Lundegardh, Fritjof Helmchen, Wolfger von der Behrens, Mehmet Fatih Yanik. Months-long tracking of neuronal ensembles spanning multiple brain areas with Ultra-Flexible Tentacle Electrodes. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-49226-9
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