Novo estudo revela ligação genética entre o formato cardíaco e o risco de doença cardiovascular

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Por Chi Silva
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Coração com genes ilustrando a ligação com doenças cardiovasculares.

São PauloNovo método usa genes para prever risco de doenças cardíacas

Um estudo recente descobriu uma nova maneira de prever o risco de doenças cardíacas ao analisar como os genes influenciam a forma do coração. Antes, os médicos avaliavam principalmente o tamanho e o volume do coração para determinar riscos. Agora, pesquisadores de todo o mundo estão utilizando imagens 3D e aprendizado de máquina para estudar a forma dos ventrículos do coração, oferecendo uma compreensão mais detalhada de sua estrutura.

Pesquisadores analisaram dados do UK Biobank, que incluem imagens de ressonância magnética cardiovascular de mais de 40 mil pessoas. Esses dados permitiram a construção de modelos 3D dos ventrículos do coração, possibilitando estudos genéticos. O estudo identificou 11 dimensões de forma que revelam diferenças significativas.

  • Assimetria entre os ventrículos
  • Diferenças na curvatura
  • Irregularidades nas câmaras

Um estudo identificou 45 regiões genéticas associadas a diferentes formatos de coração, sendo que 14 dessas descobertas são novas. Isso evidencia que a forma do coração é influenciada por fatores genéticos, ajudando os médicos a avaliar o risco de doenças cardíacas com mais precisão. Essas informações podem possibilitar uma detecção mais precoce e tratamentos mais personalizados para doenças do coração.

Explorar a relação entre a forma do coração e a genética pode nos ajudar a compreender como utilizar esse conhecimento para desenvolver novos métodos de tratamento. Em vez de analisarmos apenas os sintomas atuais ou condições presentes, as informações genéticas podem auxiliar na previsão de problemas cardíacos futuros, levando a melhorias na prevenção dessas questões.

Esta pesquisa está alinhada com as tendências atuais da medicina personalizada, onde os tratamentos são adaptados com base nas informações genéticas individuais. Com a obtenção de mais dados genéticos e o aprimoramento das técnicas de análise, é possível que hospitais comecem a utilizar a análise da forma genética como parte de check-ups regulares de saúde cardíaca. Isso pode ajudar os médicos a oferecer conselhos mais específicos sobre estilo de vida e manejo de saúde, potencialmente reduzindo o impacto mundial das doenças cardíacas.

No futuro, a utilização de informações genéticas sobre o formato do coração na área da saúde poderá transformar a avaliação da saúde cardíaca. À medida que compreendemos melhor essas pistas genéticas, é possível que haja mudanças significativas nas diretrizes de saúde pública e nas abordagens da saúde privada. Isso pode resultar em uma prevenção mais eficaz de doenças cardíacas, ajudando as pessoas a viverem vidas mais longas e saudáveis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-53594-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Richard Burns, William J. Young, Nay Aung, Luis R. Lopes, Perry M. Elliott, Petros Syrris, Roberto Barriales-Villa, Catrin Sohrabi, Steffen E. Petersen, Julia Ramírez, Alistair Young, Patricia B. Munroe. Genetic basis of right and left ventricular heart shape. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-53594-7
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