Novo dispositivo sem manguito revoluciona o cuidado da hipertensão, revela estudo do Brigham and Women's Hospital
São PauloUm pesquisador do Hospital Brigham and Women's realizou um estudo recente sobre um novo dispositivo que mede a pressão arterial automaticamente no pulso. Este aparelho realiza centenas de leituras ao longo de alguns dias, ajudando os médicos a avaliar os riscos para a saúde do coração e a gerenciar melhor a hipertensão. A pressão alta, que é uma das principais causas de morte no mundo, afeta um em cada dois adultos. Somente 25% das pessoas com hipertensão conseguem mantê-la sob controle, o que destaca a necessidade de novas formas de manejá-la.
Um estudo publicado na revista Frontiers in Medicine destaca as vantagens dos dispositivos sem manguito que utilizam sensores ópticos para monitorar a pressão arterial de forma contínua e precisa. Esses aparelhos funcionam sem incomodar o paciente. A pesquisa foi liderada pela Dra. Naomi Fisher, do Brigham and Women's Hospital. Ela explicou que o controle eficaz da hipertensão exige medições de pressão arterial fáceis e confiáveis fora do consultório médico. Dispositivos sem manguito podem revolucionar esse campo, oferecendo mais medições do que os aparelhos tradicionais.
Principais descobertas do estudo:
- Metade dos adultos possui pressão alta.
- Apenas 25% das pessoas com hipertensão têm a pressão arterial controlada.
- O estudo avaliou mais de 2,2 milhões de medições de pressão arterial de 5.189 participantes.
- Em média, o dispositivo registrou 29 medições por dia.
- Para uma precisão de 90% ou mais na classificação de risco, é necessário monitoramento contínuo por sete dias.
As diretrizes médicas atuais sugerem medir a pressão arterial em casa para diagnosticar e gerenciar hipertensão. As medições realizadas no consultório médico podem não ser sempre precisas. A pressão arterial pode aumentar em ambientes médicos ou aparentar normalidade durante uma consulta, mesmo que esteja alta em casa.
O estudo contou com a colaboração dos coautores da empresa suíça de biotecnologia Aktiia SA. Eles analisaram dados de pessoas na Europa e no Reino Unido que utilizaram um monitor de pulso sem manguito da Aktiia. Durante 15 dias, conseguiram, em média, 434 medições de cada pessoa. Dispositivos domiciliares convencionais geralmente recomendam quatro medições por dia, algo que muitas pessoas acham difícil de cumprir. O dispositivo da Aktiia forneceu muito mais dados, com uma média de 29 medições diárias.
Tempo-no-alvo (TNA) mede a frequência com que a pressão arterial de um paciente permanece dentro da faixa normal. Este indicador está se tornando crucial na avaliação do risco cardiovascular. O estudo revelou que métodos tradicionais avaliavam incorretamente entre 26% e 45% dos indivíduos. Em contraste, o TNA mostrou-se mais preciso. Para alcançar uma precisão de 90% ou mais na avaliação do risco de hipertensão, é necessário um monitoramento contínuo durante sete dias. Aparelhos tradicionais com braçadeiras não conseguem fornecer medições tão frequentes, mas monitores sem braçadeira podem.
O dispositivo sem manguito do estudo ainda não foi aprovado pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA, mas já foi testado em muitos estudos e é vendido sem receita na Europa e no Reino Unido. Está em andamento o trabalho para definir padrões para esses dispositivos nos EUA. O Dr. Fisher mencionou que usar um dispositivo sem manguito para verificações regulares da pressão arterial fora do consultório médico pode fornecer novas métricas, como o TTR. Esse método parece muito promissor para prever o risco de doenças cardíacas. O uso desses dispositivos pode mudar como monitoramos a pressão arterial e gerenciamos a hipertensão.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.3389/fmed.2024.1396962e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Naomi D. L. Fisher, Tiago P. Almeida, David Perruchoud, Jay Shah, Josep Sola. Optimizing time-in-target-range assessment for blood pressure: insights from a large-scale study with continual cuffless monitoring. Frontiers in Medicine, 2024; 11 DOI: 10.3389/fmed.2024.1396962Ontem · 20:33
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