Novos dados: amostras da Chang'e-6 podem revelar rochas vulcânicas e impactos de meteoritos

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Por João Silva
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Sonda lunar coletando rocha vulcânica e detritos de impacto.

São PauloA sonda lunar Chang'e-6 (CE-6) da China está retornando à Terra no dia 25 de junho com amostras do lado oculto da Lua. Esta missão é especial porque marca a primeira vez em que amostras são coletadas dessa região. Cientistas da Academia Chinesa de Ciências estão ansiosos para estudar essas amostras.

Os cientistas acreditam que as amostras contêm rochas vulcânicas e detritos de impactos. Eles estimam que esses materiais tenham cerca de 2,5 milhões de anos, com base no local onde a sonda pousou. O ponto de aterrissagem, a Cratera Apollo, fica na borda da bacia Polo Sul-Aitken, a maior depressão da Lua.

Pontos principais sobre as amostras:

  • Rocha vulcânica datada em 2,5 milhões de anos.
  • Detritos de impactos de meteoritos próximos.
  • Possível indício de colisões distantes.

Zongyu Yue, geólogo da Academia Chinesa de Ciências, destaca que o lado oculto da Lua possui uma crosta mais espessa, menos atividade vulcânica e materiais distintos em comparação com o lado visível. Yue espera que as amostras do CE-6 possam ajudar a explicar essas diferenças.

As amostras coletadas pela sonda podem ajudar a responder perguntas cruciais sobre a Lua. Por exemplo, os cientistas desejam entender quais processos geológicos tornaram os dois lados da Lua tão diferentes. As amostras também podem revelar até que ponto o material de antigos impactos se espalhou pela superfície lunar.

Pesquisadores estão em busca de fusões de impacto, que se formam quando pequenos objetos colidem com a Lua. Yue acredita que essas fusões podem fornecer detalhes importantes sobre a frequência de impactos na Lua no passado. Essas informações também podem ajudar a compreender a história inicial de impactos no sistema solar interno.

Em 2 de junho, a sonda CE-6 pousou na Cratera Apollo. Utilizando brocas e pás, coletou rochas e minerais que podem conter vestígios de antigos impactos de meteoritos. Os pesquisadores buscam identificar se há diferenças no material de impacto em comparação com o lado visível da lua.

A China já realizou 10 missões lunares que trouxeram amostras do lado da Lua voltado para a Terra. A missão CE-6 é a primeira a coletar amostras do lado oposto. Essa missão é crucial, pois os cientistas acreditam que estudar essas amostras ajudará a entender melhor como a Lua mudou ao longo do tempo.

O estudo que faz essas previsões foi publicado na revista The Innovation. Ele foi financiado pelo Programa Nacional Chave de Pesquisa e Desenvolvimento da China, pela Academia Chinesa de Ciências e pelos Programas Chave de Pesquisa do IGGCAS. Os pesquisadores esperam que suas futuras análises tragam novas informações sobre a geologia da Lua.

A missão CE-6 vai ampliar significativamente nosso conhecimento sobre a Lua. Ela trará amostras, incluindo rochas vulcânicas antigas e detritos de impactos de meteoritos. Os cientistas estudarão essas amostras para entender melhor a geologia lunar. Os pesquisadores estão ansiosos pelo retorno da sonda e pelas novas informações que ela fornecerá.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.xinn.2024.100663

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Zongyu Yue, Sheng Gou, Shujuan Sun, Wei Yang, Yi Chen, Yexin Wang, Honglei Lin, Kaichang Di, Yangting Lin, Xianhua Li, Fuyuan Wu. Geological context of Chang’e-6 landing area and implications for sample analysis. The Innovation, 2024; 100663 DOI: 10.1016/j.xinn.2024.100663
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