Novo estudo revela mudanças significativas nos marcadores sanguíneos de pessoas com periodontite

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Por Bia Chacu
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Microscópio visualizando amostra de sangue com marcadores de proteína destacados.

São PauloUm estudo da Universidade de Umeå, na Suécia, revelou que pessoas com periodontite, uma grave doença gengival que afeta cerca de dez por cento dos suecos, apresentam níveis diferentes de certas proteínas no sangue. Essa descoberta sugere que exames de sangue podem ajudar na compreensão e diagnóstico mais preciso da periodontite. Os pesquisadores identificaram padrões específicos de proteínas inflamatórias nesses indivíduos, o que pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes no futuro.

O estudo trouxe à tona diversos pontos importantes:

  • Redução dos níveis de EGF (fator de crescimento epidérmico), crucial para a cicatrização de feridas.
  • Queda nos níveis de OLR-1 (receptor de lipoproteína de baixa densidade oxidada), associado à saúde cardiovascular.
  • Persistência elevada de periodontite severa, mesmo com a melhora geral nos cuidados dentários.
  • Possíveis componentes hereditários, embora genes específicos ainda não tenham sido identificados.

As mudanças nos níveis de proteínas indicam uma conexão entre a doença periodontal e outros problemas de saúde, como doenças cardíacas e artrite. Os níveis mais baixos de EGF são especialmente preocupantes porque significam cicatrização mais lenta, o que pode agravar a doença periodontal e tornar os tratamentos menos eficazes.

Níveis mais baixos de OLR-1 sugerem uma ligação direta entre a saúde das gengivas e problemas cardíacos. Isso está relacionado à inflamação, onde problemas nas gengivas podem contribuir para outras condições inflamatórias no corpo. Compreender como esses processos funcionam pode levar a tratamentos que cuidem tanto das doenças gengivais quanto da saúde do coração ao mesmo tempo.

Pesquisas anteriores descobriram que a periodontite pode ser hereditária. Este estudo analisará o DNA dos participantes para identificar marcadores genéticos. A identificação desses marcadores pode ajudar a criar testes para detectar precocemente pessoas com alto risco de desenvolver periodontite severa. A combinação desses achados genéticos com os marcadores proteicos descobertos pode levar a um cuidado odontológico personalizado.

A pesquisa também revela que a quantidade de pessoas com doença gengival grave permanece igual desde a década de 1970. Isso indica que os esforços atuais de prevenção podem não ser suficientes e que precisamos de estratégias melhores. Essas novas abordagens poderiam incluir exames regulares de marcadores sanguíneos e tratamentos precoces baseados em riscos genéticos.

O estudo avança significativamente na compreensão da periodontite a nível molecular. Ele identifica mudanças específicas nas proteínas do sangue de pessoas com a doença, o que auxilia no diagnóstico precoce e permite tratamentos mais direcionados. A combinação desses marcadores proteicos com informações genéticas pode melhorar consideravelmente a forma como gerenciamos e prevenimos a periodontite no futuro.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1177/00220345241263320

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

M. Wänman, S. Betnér, A. Esberg, C.K. Holm, C. Isehed, A. Holmlund, P. Palmqvist, A. Lövgren, S. Lindquist, L. Hänström, U.H. Lerner, E. Kindstedt, P. Lundberg. The PerioGene North Study Uncovers Serum Proteins Related to Periodontitis. Journal of Dental Research, 2024; DOI: 10.1177/00220345241263320
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