Nova pesquisa sobre anestesia revela pistas fundamentais sobre a consciência quântica

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Por Ana Silva
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Microtúbulos sob o microscópio com padrões de ondas quânticas.

São PauloPesquisas recentes trouxeram novas descobertas sobre como a anestesia afeta a função cerebral e a consciência. Mike Wiest, professor da Wellesley College, junto com seus estudantes de graduação, realizou um estudo que indica que a anestesia pode atuar conectando-se a estruturas chamadas microtúbulos dentro das células cerebrais. Seus resultados sugerem que a consciência pode ter uma base quântica.

O estudo apresentou algumas descobertas importantes:

  • Ratos tratados com uma droga que se liga aos microtúbulos demoraram mais para perder a consciência sob o gás anestésico.
  • A droga interfere na ação do anestésico, sugerindo um mecanismo de inconsciência diferente.
  • Isso reforça a teoria de que microtúbulos e processos quânticos podem ser centrais para a consciência.

A maioria dos modelos de neurociência utiliza a física clássica para explicar a consciência. O estudo de Wiest desafia essa perspectiva ao sugerir que a consciência pode ser um fenômeno quântico. Ele propõe que os microtúbulos, proteínas presentes nos neurônios, possam apresentar vibrações quânticas relacionadas à experiência consciente. Essa teoria ganha força com descobertas de que anestésicos afetam esses microtúbulos especificamente, retardando o início da perda de consciência.

Analisar a consciência através da mecânica quântica pode revolucionar nosso entendimento sobre questões científicas do cérebro. Se a consciência operar em um nível quântico, isso poderia elucidar por que certos medicamentos e doenças têm efeitos complexos no cérebro. Por exemplo, poderia esclarecer como o lítio auxilia no controle do humor ou como o Alzheimer impacta a memória e a percepção. Compreendendo os aspectos quânticos da consciência, talvez possamos ter respostas para esses problemas.

Compreender a consciência por meio da teoria quântica traz amplas implicações. Isso poderia explicar nossa conexão com o universo, promovendo uma perspectiva mais unificada. A interconexão sugerida pela teoria quântica pode alterar nossa visão sobre a vida, a consciência e, possivelmente, a vida após a morte.

Esta pesquisa pode aprimorar tratamentos médicos. Ao entender mais sobre as bases quânticas da anestesia, podemos tornar esses medicamentos mais seguros e eficazes. Também pode auxiliar no tratamento de problemas de saúde mental e doenças neurológicas. Focando em microtúbulos, seremos capazes de criar tratamentos mais precisos e com menos efeitos colaterais.

A pesquisa de Wiest sugere uma nova maneira de pensar sobre a consciência. Se mais estudos confirmarem esses resultados, a discussão sobre se a consciência segue princípios clássicos ou quânticos pode inclinar-se para a visão quântica. Isso pode mudar nossa compreensão da mente humana. Este estudo é um passo importante para entender melhor o que é a consciência e como ela funciona.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1523/ENEURO.0291-24.2024

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sana Khan, Yixiang Huang, Derin Timuçin, Shantelle Bailey, Sophia Lee, Jessica Lopes, Emeline Gaunce, Jasmine Mosberger, Michelle Zhan, Bothina Abdelrahman, Xiran Zeng, Michael C. Wiest. Microtubule-Stabilizer Epothilone B Delays Anesthetic-Induced Unconsciousness in Rats. eneuro, 2024; 11 (8): ENEURO.0291-24.2024 DOI: 10.1523/ENEURO.0291-24.2024
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