Nova pesquisa revela relação entre proteína transtirretina e risco de doença cardíaca
São PauloMédicos da Universidade do Alabama em Birmingham identificaram uma forte relação entre os níveis da proteína transtiretina (TTR) e o risco de doenças cardíacas. O estudo, publicado na Nature Communications, analisou dados de 35.206 pessoas do UK Biobank.
Principais descobertas incluem:
- Níveis mais baixos de TTR estão associados a um maior risco de insuficiência cardíaca e mortalidade por todas as causas
- Indivíduos com níveis baixos de TTR apresentaram um risco 17% maior de insuficiência cardíaca
- Essas mesmas pessoas também tiveram um risco 18% maior de morte por qualquer causa
- Os níveis de TTR foram mais baixos em mulheres em comparação aos homens
- Pressão arterial e níveis de colesterol mais altos estavam ligados a um aumento nos níveis de TTR
O estudo demonstra que certos genes influenciam os níveis de TTR. Por exemplo, pessoas com a variante do gene TTR V142I apresentam níveis mais baixos de TTR porque essa variante torna a proteína TTR instável. Isso é significativo, pois níveis reduzidos de TTR facilitam a detecção da variante V142I através de testes genéticos, permitindo diagnósticos mais rápidos e precisos para pacientes e suas famílias.
Compreender como os níveis de TTR afetam a saúde vai além de mostrar riscos. Ajuda na criação de tratamentos específicos. Por exemplo, verificar os níveis de TTR pode ser uma parte essencial dos exames de saúde, especialmente para pessoas com certos genes. Isso também destaca a importância de exames de sangue regulares para monitorar indicadores de saúde que podem alterar os níveis de TTR.
Profissionais de saúde podem considerar:
- Medição regular dos níveis de TTR em pacientes com hipertensão e colesterol alto
- Recomendação de testes genéticos para aqueles com níveis baixos de TTR e histórico familiar de doenças cardíacas
- Desenvolvimento de planos médicos personalizados baseados nos dados dos níveis de TTR
Dra. Pankaj Arora e Dr. Naman Shetty ressaltam a relevância do TTR na gestão do risco de doenças cardíacas. Arora menciona que entender o que afeta os níveis de TTR pode ajudar a identificar pessoas de alto risco e desenvolver tratamentos específicos. Shetty sugere que medir os níveis de TTR durante check-ups de rotina pode ser muito útil.
Esta pesquisa é crucial no tratamento da amiloidose cardíaca. Para pacientes com variações genéticas como a variante V142I TTR, monitorar os níveis de TTR pode fazer uma grande diferença.
Níveis baixos de TTR indicam um risco maior de doenças cardíacas e tornam os testes genéticos mais eficazes na detecção de condições associadas à proteína TTR. O estudo revela que a TTR é mais do que um indicador de doenças; ela pode ser um alvo para futuros tratamentos. Ao gerenciar diretamente os níveis de TTR, podem surgir novas formas de prevenir ou reduzir os efeitos negativos relacionados às doenças cardíacas.
Esta pesquisa aprimora significativamente nosso entendimento sobre doenças cardíacas e revela que os níveis de TTR podem ser úteis no diagnóstico e na previsão dessas doenças. Novos estudos podem levar a tratamentos inovadores e a formas de prevenir doenças cardíacas, representando um avanço importante na cardiologia.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-50231-1e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Naman S. Shetty, Mokshad Gaonkar, Nirav Patel, Akhil Pampana, Nehal Vekariya, Peng Li, Garima Arora, Pankaj Arora. Determinants of transthyretin levels and their association with adverse clinical outcomes among UK Biobank participants. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-50231-1Compartilhar este artigo