Espécies invasoras avançam 100 vezes mais rápido graças à atividade humana, indica estudo.

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Por João Silva
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Plantas invasoras dominando a paisagem de espécies nativas de crescimento mais lento.

São PauloEstudos recentes revelaram que espécies exóticas estão se propagando mais rapidamente do que as nativas, sobretudo devido a atividades humanas. Pesquisadores descobriram que essas espécies estão se movimentando para novas regiões mais depressa por conta das mudanças climáticas e da ajuda acidental das pessoas.

Plantas não nativas se espalham muito mais rápido que as nativas. Animais e plantas nativos estão tendo dificuldade para se adaptar às temperaturas mais altas e às mudanças em seus habitats. Para sobreviver, eles precisam se mover cerca de 3,25 quilômetros por ano. No entanto, as espécies nativas conseguem percorrer apenas cerca de 1,74 quilômetros por ano. Espécies não nativas, por conta própria, podem se espalhar até 35 quilômetros por ano, e com a ajuda humana, podem se deslocar até 1.883 quilômetros por ano.

Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst realizaram o estudo, contando com a colaboração de outras instituições.

  • Nova Jersey
  • Michigan
  • Colorado
  • Havaí
  • Sevilha, Espanha
  • Saragoça, Espanha

Os resultados foram divulgados na Annual Reviews of Ecology, Evolution, and Systematics.

Bethany Bradley, professora da UMass Amherst, liderou a pesquisa. Ela afirmou que os viveiros de plantas estão ajudando a disseminar espécies invasoras. Combater espécies invasoras é crucial para enfrentar as mudanças climáticas. A equipe analisou dados de estudos antigos e registros públicos para entender como as espécies nativas e não nativas se espalham.

Cientistas investigaram como as pessoas estão acelerando a disseminação de espécies não-nativas. Isso ocorre acidentalmente, como espécies sendo transportadas em contêineres de carga, e de forma intencional, como quando se compram plantas invasoras em lojas de jardinagem. Eles descobriram que espécies terrestres precisam se deslocar mais de 3,25 quilômetros por ano para acompanhar as mudanças climáticas. Já as espécies marinhas precisam se mover 2,75 quilômetros por ano. No entanto, espécies nativas não estão se movendo rápido o suficiente.

Bradley e sua equipe investigaram a capacidade de propagação das espécies em um mundo em aquecimento. A pesquisa deles revela que espécies exóticas podem expandir seu território, mas também correm o risco de perder áreas à medida que alguns habitats se tornam inadequados para elas.

Os seres humanos são muito eficazes em mover espécies para novos locais. Esta é a principal vantagem das espécies não-nativas. Para ajudar as espécies nativas, pesquisadores recomendam um método chamado migração assistida. Isso significa mover intencionalmente espécies nativas para locais mais adequados.

O estudo revela que as espécies nativas estão enfrentando dificuldades devido às mudanças climáticas e ações humanas. Espécies não nativas estão se espalhando rapidamente e encontrando novos habitats com facilidade. As espécies nativas precisarão da ajuda humana para sobreviver às rápidas mudanças ambientais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1146/annurev-ecolsys-102722-013135

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Bethany A. Bradley, Evelyn M. Beaury, Belinda Gallardo, Inés Ibáñez, Catherine Jarnevich, Toni Lyn Morelli, Helen R. Sofaer, Cascade J.B. Sorte, Montserrat Vilà. Observed and Potential Range Shifts of Native and Nonnative Species with Climate Change. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, 2024; DOI: 10.1146/annurev-ecolsys-102722-013135
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