Corrida contra extrema direita: oposição mobiliza-se nas eleições francesas de 2024

Por João Silva
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"Bandeiras francesas se chocando são simbólicas da luta política."

São PauloO partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, está mais próximo de vencer após a primeira rodada das eleições extraordinárias na França. No entanto, outras legendas estão se mobilizando intensamente para impedir uma vitória do RN no segundo turno, formando rapidamente alianças para evitar que a extrema-direita conquiste a maioria.

Alguns pontos principais:

  • Le Pen busca a maioria, mas está disposta a formar alianças
  • 218 candidatos desistiram para barrar o RN
  • Vários ministros deram lugar a candidatos mais competitivos
  • A aposta de Macron ao convocar eleições saiu pela culatra

Marine Le Pen afirmou que seu partido precisa de mais 19 deputados para obter a maioria. Ela mencionou que estão dispostos a trabalhar com outros partidos para formar uma nova maioria caso alcancem 270 assentos.

Muitos candidatos da esquerda e do centrismo de Macron abandonaram a disputa. O jornal Le Monde informa que 218 candidatos desistiram antes do segundo turno. Desses, 130 eram da aliança de esquerda e 82 da aliança centrista de Macron.

Decisão de Macron de Antecipar Eleições Enfrenta Críticas

A decisão de Emmanuel Macron de convocar eleições antecipadas em 9 de junho, após o bom desempenho do Reagrupamento Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu, enfrentou críticas. Macron esperava que a extrema-direita não tivesse tanto sucesso nas eleições nacionais francesas, mas seu plano não funcionou. Isso levou a críticas até mesmo de seus próprios apoiadores. As preocupações dos eleitores com inflação, custo de vida, imigração e insatisfação com Macron ajudaram a extrema-direita a prosperar.

O partido Rassemblement National tem aproveitado o descontentamento público. A campanha de Le Pen visa aumentar os gastos dos consumidores, limitar a imigração e se opor às regulamentações da União Europeia. Muitos franceses se sentem prejudicados pela globalização, tornando estes temas muito importantes para eles.

Os candidatos tinham até às 18h00, horário local, para se retirarem da disputa. O Ministério do Interior ainda não confirmou quantos candidatos desistiram, segundo o jornal Le Monde.

Alguns ministros do Gabinete renunciaram aos seus cargos. A escolha foi estratégica para favorecer candidatos com maior chance de derrotar rivais do RN. A aliança centrista enfraquecida de Macron, o Ensemble, enfrentou dificuldades com a saída de membros que passaram a apoiar a oposição.

Jordan Bardella, de apenas 28 anos, poderá se tornar o primeiro-ministro mais jovem da França se seu partido, o RN, alcançar a maioria. Essa possibilidade está fazendo com que outros partidos se apressem para unir forças contra o grupo de extrema direita.

No primeiro turno, o RN quase conquistou o poder, mas ainda tem chances. Todos agora estão de olho no segundo turno para ver se os planos da oposição vão funcionar.

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