Reviravolta evolutiva em E. coli ligada à resistência a antibióticos em cães e humanos

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
- em
Bactérias de E. coli interagindo com antibióticos no laboratório.

São PauloPesquisadores descobriram um novo método que pode tornar vários antibióticos ineficazes em cães. O estudo será publicado no dia 16 de julho no jornal Applied and Environmental Microbiology. Essa descoberta pode ajudar na criação de novos tratamentos tanto para animais quanto para humanos. Além disso, cães podem ser estudados para melhorar a compreensão da saúde humana.

Pesquisadores analisaram mais de 1.000 genomas de E. coli resistentes a medicamentos provenientes de cães doentes e descobriram que alguns genes estavam perdendo sua função. A perda desses genes parece reter antibióticos na membrana celular de E. coli, impedindo que eles entrem na bactéria. Laura Goodman, professora assistente da Universidade de Cornell e autora principal do estudo, explicou que essas proteínas capsulares agora ajudam a aprisionar os antibióticos. Essa mutação pode estar conferindo à bactéria uma nova característica, diferente de seu papel original.

Pontos principais:

  • E. coli resistente a antimicrobianos é uma das principais causas de morte humana devido à resistência antimicrobiana.
  • A perda de função em certos genes de E. coli aprisiona antibióticos na membrana celular.
  • Essa descoberta pode melhorar a saúde canina e influenciar tratamentos humanos.
  • Estudo utilizou mais de 1.000 amostras genômicas de cães doentes.

Esta descoberta beneficia não apenas os cães, mas também os humanos. Cães e seus donos frequentemente compartilham as mesmas cepas de E. coli e recebem antibióticos similares. Dois grupos importantes de antibióticos são as cefalosporinas de terceira geração e as quinolonas, consideradas cruciais pela Organização Mundial da Saúde. Embora não existam leis que limitem o uso desses medicamentos em cães, há esforços para utilizá-los com cautela.

O estudo é notável por demonstrar como ocorre a resistência aos antibióticos. Além disso, amplia nosso entendimento sobre infecções por E. coli em humanos ao utilizar amostras clínicas remanescentes de cães. A pesquisa foi apoiada pela Rede de Laboratórios Veterinários e Resposta da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA.

Esta pesquisa é crucial, pois pode resultar em novos tratamentos para infecções tanto em humanos quanto em animais. Os resultados também indicam a necessidade de uma vigilância mais rigorosa sobre as infecções em cães. Considerando que cães e humanos possuem cepas bacterianas semelhantes e respondem aos mesmos antibióticos, essa descoberta é relevante para ambos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1128/aem.00354-24

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Kristina Ceres, Jordan D. Zehr, Chloe Murrell, Jean K. Millet, Qi Sun, Holly C. McQueary, Alanna Horton, Casey Cazer, Kelly Sams, Guillaume Reboul, William B. Andreopoulos, Patrick K. Mitchell, Renee Anderson, Rebecca Franklin-Guild, Brittany D. Cronk, Bryce J. Stanhope, Claire R. Burbick, Rebecca Wolking, Laura Peak, Yan Zhang, Rebeccah McDowall, Aparna Krishnamurthy, Durda Slavic, Prabhjot kaur Sekhon, Gregory H. Tyson, Olgica Ceric, Michael J. Stanhope, Laura B. Goodman. Evolutionary genomic analyses of canine E. coli infections identify a relic capsular locus associated with resistance to multiple classes of antimicrobials. Applied and Environmental Microbiology, 2024; DOI: 10.1128/aem.00354-24
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário