Etiópia alerta: parceria de defesa Egito-Somália pode desestabilizar região

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Por João Silva
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Bandeira da Etiópia ofuscada pelas bandeiras do Egito e da Somália.

São PauloEtiópia está preocupada com um possível acordo de defesa entre Egito e Somália enquanto as tensões aumentam no Chifre da África. Apesar de Cairo não ter confirmado nada, a ideia de tropas egípcias na Somália deixa Adis Abeba apreensiva. O ministério das Relações Exteriores etíope declarou que o país não pode ignorar ações que possam desestabilizar a região.

Etiópia e Egito estão em conflito por causa da Grande Barragem Renascimento Etíope (GERD). O Egito teme que a barragem de US$ 4 bilhões da Etiópia no Nilo Azul prejudique seu abastecimento de água e agricultura. Já a Etiópia considera a barragem crucial para a geração de eletricidade. Este projeto hidrelétrico tem aumentado as tensões entre os dois países.

A relação entre Etiópia e Somália está tensa devido ao território de Somaliland, que declarou independência há mais de 30 anos, mas ainda não é reconhecido oficialmente por outros países. A Etiópia busca acesso ao Mar Vermelho através de um acordo com Somaliland, onde aluga terras costeiras para construir uma base naval. Em troca, a Etiópia reconheceria a independência de Somaliland, algo que o governo federal da Somália se opõe fortemente.

A Etiópia enfrenta uma situação política complicada, caracterizada por conflitos internos e problemas econômicos. A cooperação militar entre países vizinhos tem tornado o cenário ainda mais complexo. Abaixo estão os principais fatores que alimentam essas tensões:

  • Projeto GERD: A construção da represa etíope no Nilo Azul é motivo de orgulho nacional, mas ameaça a segurança hídrica do Egito.
  • Conflito em Somaliland: O acordo da Etiópia com Somaliland para acesso ao Mar Vermelho contraria as reivindicações territoriais da Somália.
  • Influência do Egito: O Egito está cada vez mais ativo no Chifre da África, possivelmente em detrimento da Etiópia.

A Etiópia acusou a Somália de colaborar com outros países para desestabilizar a região, demonstrando sua preocupação em estar cercada ou ser superada. O governo de Somaliland também se opôs à presença militar egípcia, enfatizando seu desejo de reconhecimento independente sem envolvimento militar estrangeiro.

O conflito contínuo com o al-Shabab traz mais desafios para a Somália. O país depende consideravelmente dos capacetes azuis da União Africana. A possível intervenção de tropas egípcias pode alterar as dinâmicas de poder na região.

A cooperação potencial entre o Egito e a Somália é incerta, mas as preocupações da Etiópia são claras. Questões sobre recursos hídricos, fronteiras territoriais e influências externas tornam a situação no Chifre da África delicada. Esses pontos ressaltam a necessidade de esforços diplomáticos para evitar mais conflitos.

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