Chile enfrenta crise inédita de desalojados entre países ricos da América do Sul
São PauloCrise de Moradia Atinge Chile
O Chile está enfrentando uma crise de falta de moradia. Isso é surpreendente para um dos países mais ricos da América do Sul. Em bairros que antes eram prósperos, agora há famílias vivendo nas ruas. A situação é particularmente grave em Viña del Mar, uma área turística popular, onde muitas praças e espaços públicos estão sendo ocupados por barracas.
Chile tem 21.126 pessoas em situação de rua este ano, um aumento em relação às 15.435 registradas em 2020. O governo faz essa contagem com base em levantamentos realizados em uma única noite, mas assistentes sociais acreditam que o número real esteja mais próximo de 40.000. Pela primeira vez, o governo vai incluir as pessoas sem-teto no censo nacional para compreender melhor o problema e aperfeiçoar as políticas sociais.
Aumento da Desocupação Preocupa Governo e População no Chile
A questão da desocupação está mais visível, e o governo sente a pressão. Moradores locais desejam seus parques e áreas públicas livres de desabrigados. A polícia chilena está removendo barracas e desabrigados desses espaços, deixando muitos sem abrigo e itens básicos. Paris López, uma mulher sem-teto em Santiago, relatou que a polícia retirou sua barraca, cobertores e medicação para HIV.
Aumento da Criminalidade no Chile Afeta Pessoas em Situação de Rua
A taxa de criminalidade no Chile está em alta. Desde 2018, os homicídios aumentaram em 50%. Mulheres e crianças em situação de rua estão ainda mais vulneráveis. Victoria Azevedo, uma mãe de dois filhos que enfrenta a falta de moradia, afirmou que as ruas são perigosas, especialmente para mulheres com crianças.
A população de pessoas sem-teto no Chile está mudando. Há um aumento de mulheres e crianças vivendo nas ruas. A crise habitacional dificultou o pagamento do aluguel para muitas famílias. Según Ximena Torres da organização Hogar de Cristo, muitas famílias não conseguem mais arcar com os custos da moradia.
Os problemas econômicos se agravaram. A pandemia de COVID-19 e os protestos de 2019 prejudicaram a economia. O auxílio durante a pandemia e os saques antecipados das aposentadorias causaram aumento nos preços. As taxas de desemprego subiram para 13% entre 2019 e 2020. As altas taxas de juros encareceram os empréstimos. Os preços dos imóveis aumentaram 70% nos últimos dez anos.
Pontos Importantes:
- A tensão econômica aumentou após os protestos de 2019
- Auxílio durante a pandemia alimentou a inflação
- Taxa de desemprego dobrou para 13%
- Altas taxas de juros elevaram os custos dos empréstimos
- Preços das moradias subiram 70% na última década
Migração é também um fator relevante. Quase 1,6 milhão dos 19 milhões de habitantes do Chile são imigrantes registrados. O número de imigrantes sem documentação subiu de 16.000 em 2020 para 53.875 em dois anos. Muitos migrantes vêm para o Chile atraídos por sua economia forte, mas acabam sem moradia. O governo tem dificultado a obtenção de vistos para os venezuelanos. No ano passado, o presidente Boric enviou forças armadas para a fronteira norte para verificar documentos e combater contrabandistas.
Moka Valdés recentemente ficou sem teto e está achando tudo muito difícil. Ela perdeu o emprego e acabou morando na rua. Este cenário está se tornando comum no Chile, pois muitas pessoas estão perdendo suas casas e recursos devido aos problemas econômicos do país.
O governo precisa agir rápido. Contabilizar as pessoas em situação de rua no censo é um bom começo. Contudo, precisamos de políticas sociais mais robustas. Defensores como Andrés Millar e Ximena Torres ressaltam a necessidade de soluções mais eficazes.
A Situação dos Sem-Teto no Chile Revela Falhas Estruturais
A questão dos sem-teto no Chile evidencia problemas na estrutura do país. Apesar da riqueza do Chile, há dificuldades relacionadas à habitação acessível, desigualdade econômica e aumento da criminalidade. São necessários planos mais abrangentes para enfrentar esses desafios.
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