Cérebro e músculos: desafios na recuperação da osteoartrite

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Por Bia Chacu
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Ilustração do cérebro com articulação do quadril e ativação muscular.

São PauloPesquisa recente da Edith Cowan University destaca um grande problema na recuperação da osteoartrite do quadril: o controle cerebral sobre os músculos. Esta condição, comum em pessoas com mais de 45 anos e especialmente em mulheres, envolve uma ativação muscular deficiente que nem sempre está relacionada à força muscular.

Cérebro Pode Dificultar Recuperação de Osteoartrite no Quadril

A pesquisa recente do Dr. Myles Murphy revela que pessoas com osteoartrite no quadril não conseguem usar completamente seus músculos porque seus cérebros as estão impedindo. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque o cérebro tenta proteger o corpo, mas ao longo do tempo essa resposta se torna prejudicial. Ao invés de ajudar na recuperação, essa reação pode atrasar a reabilitação e tornar tarefas cotidianas mais difíceis para quem sofre da condição.

Principais fatores que levam à osteoartrite do quadril incluem:

  • Idade, especialmente acima de 45 anos
  • Gênero, com maior incidência em mulheres
  • Lesões ou anomalias prévias nas articulações

Problemas na ativação muscular levantam preocupações sobre como a dor crônica afeta o cérebro e o sistema nervoso. A osteoartrite provoca dor persistente, o que pode fazer com que o cérebro continue a adotar respostas de proteção mesmo sem necessidade. Isso pode explicar por que algumas pessoas experimentam mais dor e dificuldades, tornando difícil para elas realizar atividades como caminhar ou se levantar de uma cadeira.

A osteoartrite do quadril envolve uma interação complexa entre o cérebro e os músculos, tornando novos métodos de reabilitação importantes. Os métodos atuais concentram-se no treinamento de força, mesmo que o cérebro possa enviar sinais para restringir o esforço. Fortalecer os músculos ao redor da articulação artrítica ajuda a sustentá-la melhor e pode reduzir a dor ao longo do tempo.

Focar apenas no fortalecimento muscular pode não resolver completamente o problema principal. Incorporar conhecimentos sobre o cérebro à fisioterapia pode aprimorar os métodos de recuperação. Técnicas como treinamento neuromuscular, terapia cognitivo-comportamental e novas tecnologias em modulação cerebral podem oferecer tratamentos eficazes. Esses métodos buscam modificar a forma como o cérebro reage à dor crônica, o que pode reduzir a inibição muscular desnecessária.

O Dr. Murphy está investigando como o cérebro e os músculos trabalham em conjunto para desenvolver melhores métodos de reabilitação. Os pacientes devem continuar a fortalecer-se e trabalhar com fisioterapeutas para criar programas focados na recuperação do corpo e do cérebro. Entender melhor o funcionamento do cérebro pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com osteoartrite de quadril.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.smhs.2024.09.005

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Myles C. Murphy, Molly Coventry, Janet L. Taylor, Ebonie K. Rio, Andrea B. Mosler, Jackie L. Whittaker, Christopher Latella. People with hip osteoarthritis have reduced quadriceps voluntary activation and altered motor cortex function. Sports Medicine and Health Science, 2024; DOI: 10.1016/j.smhs.2024.09.005
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