O que sabemos antes do prazo para coalizão na África do Sul

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Por Alex Morales
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Bandeira sul-africana com prédio governamental ao fundo

São PauloA África do Sul está atravessando um momento político crucial. Os partidos precisam formar uma coalizão e escolher um presidente até sexta-feira. Ainda não há acordo final e os líderes internos do ANC ainda precisam aprovar qualquer coalizão.

Aqui está o que sabemos até agora:

  • O presidente é eleito pelo Parlamento.
  • A África do Sul possui um sistema de representação proporcional.
  • Os legisladores elegem o presidente, não o público diretamente.
  • O ANC sempre teve a maioria desde 1994.
  • Desta vez, o ANC precisa de parceiros em uma coalizão.

Cyril Ramaphosa, o líder de 71 anos do ANC, deseja um segundo mandato. Se ninguém for indicado até sexta-feira, ele será reeleito automaticamente. Mas se surgirem outros candidatos, haverá uma votação. Nesse caso, o ANC precisará da ajuda de seus parceiros de coalizão para garantir a reeleição de Ramaphosa.

Na quarta-feira, o Partido da Liberdade Inkatha (IFP) anunciou que se aliará ao ANC para formar um governo de unidade. O IFP apoia Ramaphosa, mas possui apenas 17 assentos no Parlamento, que ao todo tem 400 cadeiras. O ANC, por sua vez, conta com 159 assentos, necessitando assim de mais aliados para alcançar a maioria.

A Aliança Democrática (DA) possui 87 cadeiras e é o segundo maior partido após o ANC. O DA ainda não confirmou se irá integrar o governo de unidade, mas se mostrou aberto à ideia. O DA e o ANC estão em negociações, que devem continuar até quinta-feira. Agora parece necessário que o ANC, DA e IFP formem uma coalizão.

Estabelecer uma parceria com o DA é complicado. O DA tem criticado o ANC nos últimos vinte anos. É difícil fazer com que esses dois grupos trabalhem juntos. Algumas pessoas no ANC não gostam da ideia de se unir ao seu rival de longa data.

Duas grandes partes, o Partido MK do ex-presidente Jacob Zuma e os esquerdistas radicais do Economic Freedom Fighters (EFF), optaram por não integrar o governo de unidade. O Partido MK tentou, sem sucesso, impedir a reunião do Parlamento através dos tribunais. O MK afirma que seus 58 parlamentares não comparecerão à primeira reunião do Parlamento na sexta-feira. Isso não deve afetar a votação presidencial.

A constituição da África do Sul estabelece que pelo menos um terço dos 400 parlamentares deve estar presente para que a reunião seja válida. Como o ANC possui mais de um terço das cadeiras, essa exigência será cumprida.

Na sexta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal irá conduzir a sessão parlamentar. Os parlamentares tomarão posse, e serão escolhidos o presidente e o vice-presidente da casa. Em seguida, votarão para eleger o presidente.

Nesta legislatura, há 18 partidos políticos no Parlamento. O ANC possui 159 assentos, o DA tem 87 assentos e o IFP conta com 17 assentos. Outros partidos menores, como o Congresso Pan-Africanista de Azânia, o partido GOOD e o partido Transformação de Africanos Unidos têm cada um um assento.

O resultado da votação de sexta-feira depende de o ANC encontrar parceiros de coalizão. Nada será decidido até que isso aconteça. Conversações políticas ainda estão ocorrendo e são extremamente importantes.

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