A dança essencial das águas do Atlântico e do Ártico no clima terrestre

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Por João Silva
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Correntes de água do Atlântico e do Ártico se entrelaçando dinamicamente.

São PauloA mistura de águas entre os oceanos Atlântico e Ártico é crucial para manter a Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (AMOC), que contribui para a regulação do clima da Terra. Pesquisadores descobriram que essa interação é responsável por transformar 33% das águas quentes e salgadas do Atlântico em águas mais frias, doces e densas. Essa mudança fortalece o AMOC e auxilia na distribuição de calor pelo planeta.

Principais descobertas do estudo:

  • A porção inferior da AMOC é composta por 72% de águas do Atlântico e 28% de águas do Ártico.
  • A mistura de águas no Estreito da Dinamarca é crucial para tornar as águas mais densas antes que elas fluam para o sul.
  • 33% desse processo de transformação da água é devido à mistura oceânica.
  • 67% é atribuído às interações entre o oceano e a atmosfera.

O AMOC desempenha um papel crucial no controle do clima. Se esse sistema enfraquecer, grandes mudanças podem ocorrer. Por exemplo, o norte da Europa, incluindo o Reino Unido, pode ficar muito mais frio, apesar de estar na mesma latitude de regiões com clima ameno. O AMOC também influencia o nível do mar na costa leste dos Estados Unidos.

Conforme o planeta aquece devido às mudanças climáticas, as águas superficiais se tornam mais quentes e menos salgadas. Isso dificulta a mistura das águas do Atlântico e do Ártico. Quando esse processo de mistura enfraquece, o fluxo sul da Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (AMOC) se torna menos denso e mais raso. Como resultado, a AMOC enfraquece.

Uma AMOC mais lenta pode ter sérios impactos no clima. Isso pode fazer com que o dióxido de carbono permaneça menos tempo no oceano antes de retornar à atmosfera, acelerando as mudanças climáticas. Se a AMOC enfraquecer muito, poderá causar grandes mudanças, possivelmente permanentes, no clima global.

Modelos atuais da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) precisam incluir com precisão a mistura das águas do Atlântico e do Ártico para prever o futuro do clima. Compreender a importância dessa mistura destaca a necessidade de representá-la nos modelos climáticos. Combater o aquecimento global é essencial para evitar que a AMOC desacelere ou colapse.

O aquecimento global representa uma grande ameaça ao nosso clima. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas de forma imediata é essencial. Estudos recentes sobre a mistura de águas Atlântico-Ártico, que influenciam a força da Circulação Meridional de Reversão do Atlântico (AMOC), ressaltam a necessidade dessas ações.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-51777-w

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Dipanjan Dey, Robert Marsh, Sybren Drijfhout, Simon A. Josey, Bablu Sinha, Jeremy Grist, Kristofer Döös. Formation of the Atlantic Meridional Overturning Circulation lower limb is critically dependent on Atlantic-Arctic mixing. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-51777-w
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