Revelando o papel oculto do cérebro na percepção sonora e na aprendizagem

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Diagrama do cérebro destacando regiões de percepção sonora.

São PauloPesquisadores da Universidade de Maryland descobriram como o cérebro se adapta a diferentes sons. Eles identificaram que uma área chamada córtex orbitofrontal auxilia o córtex auditivo a se ajustar a diversas situações. Isso nos ajuda a entender como percebemos, organizamos e reagimos aos sons com base no que é importante para nós naquele momento.

O estudo focou em gerbos por terem uma audição semelhante à dos humanos. Os pesquisadores testaram os animais de duas maneiras: uma em que só ouviam os sons e outra em que precisavam responder a eles. Esse método ajudou a compreender melhor como o sistema auditivo do cérebro funciona. Descobriram que uma parte do cérebro chamada OFC envia sinais para o córtex auditivo para facilitar a alternância entre apenas ouvir e responder. Quando desativaram o OFC, os gerbos tiveram dificuldades em fazer essa mudança, mostrando que essa área do cérebro é crucial para ouvir sons importantes.

Pontos principais do estudo incluem:

  • O Córtex Orbitofrontal (COF) é crucial para se adaptar a diferentes contextos auditivos.
  • Silenciar o COF prejudica a capacidade de alternar entre escuta passiva e ativa.
  • As descobertas podem impactar distúrbios do neurodesenvolvimento como autismo, dislexia e esquizofrenia.
  • Pesquisas futuras visam fortalecer a conexão entre o COF e o córtex auditivo para melhorar a audição.

Esta pesquisa propõe novas abordagens para tratar problemas de regulação sensorial. Transtornos neurodesenvolvimentais frequentemente envolvem dificuldades em lidar com estímulos sensoriais. Compreender como o CFO comunica-se com o córtex auditivo pode levar a novos tratamentos. Além disso, destaca a importância do contexto em nossa percepção sonora. O CFO provavelmente nos ajuda a filtrar ruídos de fundo.

A habilidade do cérebro de reconhecer sons importantes é crucial na vida cotidiana. Esta pesquisa pode nos ajudar a entender como melhorar essa habilidade tanto em pessoas saudáveis quanto naquelas com problemas auditivos. Com mais estudos, cientistas podem descobrir maneiras de fortalecer a conexão entre o Córtex Orbitofrontal (OFC) e o córtex auditivo, o que pode aprimorar a audição e a atenção.

Os resultados do estudo nos ajudam a entender melhor a audição e podem aprimorar a comunicação em lugares barulhentos ou a criar ferramentas mais eficazes para processar sons. Os pesquisadores desejam explorar mais a interação entre o córtex orbitofrontal (COF) e o córtex auditivo, podendo assim desenvolver novas maneiras de melhorar a audição das pessoas.

Esta pesquisa, financiada pelo Instituto Nacional de Saúde, representa um avanço significativo. Os resultados podem ajudar a desenvolver métodos melhores para aprimorar o foco auditivo e o processamento sensorial geral, beneficiando tanto pessoas saudáveis quanto aquelas com transtornos do neurodesenvolvimento.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2024.06.036

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Matheus Macedo-Lima, Lashaka Sierra Hamlette, Melissa L. Caras. Orbitofrontal cortex modulates auditory cortical sensitivity and sound perception in Mongolian gerbils. Current Biology, 2024; DOI: 10.1016/j.cub.2024.06.036
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