A procura por aves desaparecidas: nova lista visa proteger espécies em risco de extinção

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Por Ana Silva
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Silhueta de pássaros diversos desaparecendo na floresta enevoada

São PauloCientistas elaboraram uma lista completa de aves que não foram vistas nos últimos dez anos. Eles contaram com a colaboração da Macaulay Library, do Cornell Lab of Ornithology. O estudo foi divulgado na revista Frontiers in Ecology and the Environment.

Cameron Rutt, o autor principal, explicou que utilizaram a Macaulay Library por ser o maior repositório de mídia sobre aves. O objetivo deles era encontrar pássaros que não tivessem nenhuma foto, vídeo ou gravação de som recente. Uma ave é considerada "desaparecida" se não houver registros de mídia dela nos últimos 10 anos.

O projeto Busca por Aves Perdidas da American Bird Conservancy criou uma lista para monitorar aves sem avistamentos recentes. O projeto, que envolve a American Bird Conservancy, a Re:wild e a BirdLife International, verifica periodicamente, a cada ano ou dois, em busca de novas espécies, permitindo encontrar aves que não foram vistas há 10 anos.

Confira alguns pontos importantes do estudo:

  • 42 milhões de fotos, vídeos e registros de áudio foram analisados.
  • 33 milhões desses registros vieram da Biblioteca Macaulay.
  • 144 espécies foram classificadas como perdidas (1,2% de todas as espécies de pássaros conhecidas).
  • Desde o início do estudo, algumas dessas aves perdidas foram redescobertas.

Desde o início do estudo, outros pássaros desaparecidos foram encontrados, como o pombão-de-nuca-preta, que não era visto há mais de 100 anos. Agora, a lista conta com 126 espécies, a maioria em risco de extinção.

Eliot Miller, um dos autores do estudo, explicou que tinham diversos objetivos. Queriam verificar se bancos de dados públicos podem indicar a presença ou ausência de uma espécie. Caso uma espécie falte, eles podem buscá-la. Isso pode ajudar a determinar se a ave precisa de proteção e direcionar pesquisas para possíveis ações de conservação.

A maioria das espécies não documentadas é encontrada na Ásia, África e ilhas da Oceania. Algumas podem estar em risco de desaparecer devido a seus habitats serem extremamente remotos. Nos Estados Unidos continentais, apenas três espécies são consideradas extintas: Maçarico-Esquimó, Mariquita-de-Bachman e o Pica-pau-bico-de-marfim. No Havaí, seis espécies nativas também estão nessa lista.

O projeto colabora com parceiros locais que conhecem bem a região. Esses parceiros ajudam a financiar as expedições para procurar as aves e descobrir o que elas precisam para sobreviver. Esse método é essencial para encontrar aves como o Codorniz-do-Himalaia, Noitibó-de-Itombwe, Corredor-de-Jerdon e o Tecelão-de-Bates em Camarões.

De acordo com Rutt, muitas espécies de pássaros estão em risco e precisam de ajuda imediata para garantir a sua sobrevivência no futuro.

A Fundação Constable e a Conservação de Aves Americanas financiaram este estudo. Pesquisadores do Cornell Lab of Ornithology, Conservação de Aves Americanas, BirdLife International e Re:wild realizaram a pesquisa.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/fee.2778

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Cameron L Rutt, Eliot T Miller, Alex J Berryman, Roger J Safford, Christina Biggs, John C Mittermeier. Global gaps in citizen‐science data reveal the world's “lost” birds. Frontiers in Ecology and the Environment, 2024; DOI: 10.1002/fee.2778
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