Novo estudo: rastreamento de criminosos por padrões únicos de desprendimento de células da pele

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Por João Silva
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Visão microscópica de células da pele e impressões digitais.

São PauloA ciência forense está desenvolvendo uma nova forma de rastrear criminosos estudando como eles perdem células da pele. Pesquisadores descobriram que as pessoas desprendem pele em diferentes velocidades, o que pode ser medido e utilizado para identificar o DNA. Essa técnica envolve tingir as células para determinar o 'status de desprendimento' de uma pessoa, indicando a quantidade de DNA que ela pode deixar nos objetos que toca.

Pesquisadores da Universidade Flinders examinaram 100 pessoas e descobriram resultados importantes.

  • Homens geralmente perdem mais células da pele do que mulheres.
  • Não há diferença significativa entre a descamação dos polegares direito e esquerdo.
  • Padrões de descamação são consistentes ao longo do tempo para cada indivíduo.

Professor Adrian Linacre, da Faculdade de Ciências e Engenharia, explicou que saber a quantidade de DNA que uma pessoa libera pode prever a presença de seu DNA em cenas de crimes. Essas informações ajudam a polícia a concentrar-se em menos suspeitos rapidamente, diminuindo o tempo das investigações e evitando problemas com evidências de DNA.

Este método oferece uma vantagem importante: pode esclarecer casos em que muitas pessoas podem ter manipulado um objeto. Diferentemente do perfilamento de DNA tradicional, que identifica o próprio DNA, este novo método avalia a probabilidade de que um suspeito específico tenha deixado seu DNA com base em seus padrões únicos de desprendimento de DNA.

Reconhecer pessoas que perdem muitas células da pele adiciona uma nova dimensão à defesa criminal. Suspeitos podem alegar que seu DNA foi encontrado porque perdem mais células cutâneas, e não porque estavam envolvidos no crime. Isso torna o trabalho forense mais elaborado, pois agora é necessário entender como o DNA chegou ali, e não apenas identificá-lo.

Pesquisadores estão desenvolvendo métodos para tornar essa técnica de teste mais confiável e acessível. Futuras melhorias permitirão avaliar e utilizar melhor o status de quem elimina evidências em investigações forenses. Esse novo método pode revolucionar a ciência forense, possibilitando um rastreio mais preciso de criminosos.

O estudo é um projeto colaborativo financiado pelo Ministério da Justiça e outros fundos de pesquisa. Pesquisadores como a Dra. Piyamas Petcharoen continuam a investigar essas novas descobertas, avançando significativamente na genética forense.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.fsigen.2024.103065

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Piyamas Petcharoen, Madison Nolan, K. Paul Kirkbride, Adrian Linacre. Shedding more light on shedders. Forensic Science International: Genetics, 2024; 72: 103065 DOI: 10.1016/j.fsigen.2024.103065
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