Novo estudo aponta limites estratégicos de emissão como chave para descarbonizar a indústria de amônia

São PauloEstabelecimento adequado de limites de emissões pode reduzir carbono na indústria de amônia, aponta estudo

Um estudo realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) revela que definir limites de emissão apropriados é crucial para reduzir as emissões de carbono na indústria de amônia. Os pesquisadores descobriram que os limites de emissão certos podem quase eliminar completamente as emissões de carbono, mantendo os custos sob controle e evitando problemas como uso de terras e congestionamento da rede.

A produção de amônia na Europa emite 36 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano devido ao uso de hidrogênio proveniente de combustíveis fósseis. A transição para hidrogênio obtido pela eletrolise da água usando eletricidade de fontes renováveis poderia reduzir significativamente essas emissões. No entanto, essa mudança enfrenta desafios devido aos custos e questões logísticas. A disponibilidade de energia renovável e a intensidade de carbono local da eletricidade são fatores cruciais.

Professores Lu Zhongming, Magdalena Klemun e Dr. Stefano Mingolla conduziram um estudo sobre os impactos dos diferentes limites de emissão nos custos e na transição para energias renováveis na produção de hidrogênio na Europa. Eles utilizaram dados detalhados de energia renovável de 38 locais europeus, abrangendo os anos de 2024 a 2050. Os pesquisadores identificaram as melhores características de custo para instalações de produção de amônia.

Principais Descobertas:

• É possível reduzir as emissões em 95% em relação aos níveis atuais com um aumento mínimo de custo.
• Alcançar uma redução de 100% (produção totalmente fora da rede com energia renovável) traz desafios significativos de custo e uso do solo, especialmente em regiões com recursos limitados.
• Estabelecer limites estratégicos para as emissões pode ajudar a equilibrar as metas ambientais, os custos e a disponibilidade de recursos.

Esta abordagem é benéfica para setores que enfrentam dificuldades em reduzir emissões e estão migrando para combustíveis de baixo carbono. O Professor Lu afirmou que definir os limites de emissão adequados é essencial para que a indústria de amônia adote com êxito as tecnologias de baixo carbono.

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O estudo, segundo a Prof. Klemun, é essencial para formuladores de políticas que buscam equilibrar metas ambientais com restrições orçamentárias e de recursos. Ao investir em novas tecnologias e utilizar projetos flexíveis de plantas, as usinas de produção de amônia podem se ajustar às variações no fornecimento de energia renovável, o que ajuda a reduzir custos e o uso de terrenos.

Formulação de Metas de Descarbonização

Os formuladores de políticas podem estabelecer metas mais rigorosas de descarbonização em regiões onde a produção de hidrogênio eletrolítico é mais fácil. Essas áreas podem quase zerar as emissões sem custos adicionais significativos em comparação à produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis. Por outro lado, regiões com mais dificuldade na produção de hidrogênio eletrolítico podem precisar definir metas menos agressivas ou com prazos mais longos.

Dr. Mingolla explicou que utilizar planos personalizados para diferentes áreas e implementar mudanças gradualmente, junto com desenhos de plantas adaptáveis, pode ajudar a indústria de amônia a adotar tecnologias de baixo carbono sem perder sua competitividade.

O estudo, publicado na revista Nature Communications, tem como autores principais a Profa. Lu Zhongming e a Profa. Magdalena Klemun, e foi conduzido pelo Dr. Stefano Mingolla. Eles colaboraram com outros pesquisadores da HKUST e do ETH Zurique. Entre os coautores estão o Prof. Francesco Ciucci, o Prof. Giovanni Sansavini, o Dr. Paolo Gabrielli, Alessandro Manzotti, Matthew Robson e o Dr. Kevin Rouwenhorst, da Ammonia Energy Association.

Estabelecer limites rigorosos para as emissões pode gerar melhorias ambientais significativas sem comprometer a estabilidade econômica. Este estudo fornece diretrizes claras para que formuladores de políticas e líderes da indústria gerenciem a transição para a produção de amônia de baixo carbono.