Novo estudo: tratamento com dopamina oferece esperança para sintomas do Alzheimer

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Por João Silva
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Camundongos em ambiente de laboratório ilustrando os efeitos do tratamento com dopamina.

São PauloO tratamento com dopamina pode ser uma nova forma de combater o mal de Alzheimer, de acordo com a pesquisa liderada por Takaomi Saido e sua equipe no Centro de Ciências do Cérebro RIKEN, no Japão. O estudo realizado em camundongos sugere que essa abordagem pode mudar o tratamento do Alzheimer. A pesquisa, publicada em 6 de agosto na revista Science Signaling, revela que o tratamento com dopamina pode reduzir os sintomas cerebrais e melhorar a memória.

Pesquisas indicam que a dopamina pode aumentar a produção de neprilisina, uma enzima que degrada as perigosas placas de beta-amiloide associadas ao Alzheimer. Essas placas começam a se formar ao redor das células cerebrais muito antes do surgimento de sintomas como perda de memória e mudanças de comportamento. Esta descoberta pode abrir caminhos para novas abordagens no tratamento do Alzheimer.

  • Cientistas descobriram que a dopamina pode aumentar naturalmente a produção de neprilisina.
  • Menos beta-amiloide foi encontrado nos cérebros de camundongos tratados com dopamina.
  • O tratamento com L-DOPA refletiu esses efeitos benéficos, reduzindo placas e melhorando a memória.

L-DOPA, uma medicação frequentemente usada para a doença de Parkinson, está mostrando resultados promissores. Ela consegue atravessar a corrente sanguínea e se transformar em dopamina no cérebro. Em testes com camundongos com Alzheimer, L-DOPA não só reduziu as placas beta-amiloides como também melhorou os resultados em testes de memória. Isso é importante porque sugere que um tratamento similar pode funcionar em humanos.

Os níveis de neprilisina naturalmente diminuem à medida que as pessoas envelhecem, especialmente na parte frontal do cérebro. Devido a isso, a neprilisina pode ajudar na identificação dos estágios iniciais do Alzheimer ou identificar aqueles que estão em risco. Essa detecção precoce poderia permitir medidas preventivas.

Cientistas ainda não compreendem como a dopamina aumenta os níveis de neprilisina, o que motiva mais pesquisas. A equipe de Saido quer descobrir como esse processo funciona, pois isso poderia ajudar a prevenir o Alzheimer em estágio inicial. No entanto, o uso de L-DOPA no tratamento do Parkinson tem efeitos colaterais, ressaltando a necessidade de métodos mais seguros e específicos para elevar os níveis de neprilisina.

Pesquisadores poderiam desenvolver tratamentos com menos efeitos colaterais ao aprender sobre as vias bioquímicas e fatores genéticos envolvidos. Isso poderia resultar em um cuidado mais precoce e eficaz para pessoas com risco de Alzheimer, possivelmente atrasando ou prevenindo sintomas graves.

A pesquisa conduzida pela equipe de Saido sugere uma nova abordagem para o tratamento do Alzheimer. O uso de dopamina e L-DOPA pode ajudar a reduzir placas cerebrais nocivas e melhorar a memória. Isso representa um avanço significativo no combate à doença. Diagnóstico precoce e tratamento adequado podem transformar a maneira como lidamos com o Alzheimer e trazer esperança a muitas pessoas ao redor do mundo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/scisignal.adk1822

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Naoto Watamura, Naomasa Kakiya, Ryo Fujioka, Naoko Kamano, Mika Takahashi, Per Nilsson, Takashi Saito, Nobuhisa Iwata, Shigeyoshi Fujisawa, Takaomi C. Saido. The dopaminergic system promotes neprilysin-mediated degradation of amyloid-β in the brain. Science Signaling, 2024; 17 (848) DOI: 10.1126/scisignal.adk1822
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